
Fábrica sem gás natural e com energia elétrica e geotermal
O projeto inclui a construção de uma nova unidade de pintura automóvel, a maior consumidora de energia da fábrica, que permitirá eliminar o uso de gás natural nos fornos de secagem e substituí-lo por energia elétrica. “Vamos aumentar o consumo elétrico em 25%, mas o balanço final será positivo: consumiremos menos energia e reduziremos custos”, explicou Thomas Hegel Gunther, diretor da fábrica e presidente do Conselho de Administração.
A primeira fase da modernização da área de pintura será concluída em 2027, e a segunda em 2029. Paralelamente, está previsto um novo sistema de climatização geotérmica, com duas centrais a ocupar 47 mil metros quadrados e 80 quilómetros de tubagens subterrâneas, que substituirão integralmente o uso de gás natural até 2027.
Atualmente, o mix energético da Autoeuropa é composto por 50% eletricidade e 50% gás natural, sendo a área de pintura responsável por 63% do consumo energético total. Com a transição para fornos elétricos e climatização geotérmica, a eletricidade passará a ser a principal fonte de energia, o que implicará um reforço da subestação elétrica da unidade industrial.
T-Roc híbrido e ID.Every1 marcam a transição
Para Margarida Pereira, responsável de Gestão de Produto e Planeamento, este investimento reflete a confiança do grupo Volkswagen na operação portuguesa. “O tempo de vida útil de uma nova unidade de pintura é de 30 a 40 anos. Este projeto é uma clara aposta no futuro e vai beneficiar tanto o novo T-Roc híbrido como o ID.Every1, o modelo 100% elétrico cuja produção arrancará para o mercado em 2027.”
A Autoeuropa, considerada um peso pesado da economia nacional, gerou 3,8 mil milhões de euros em vendas em 2024, representando 1,6% do PIB português e 4,5% das exportações nacionais. 99% dos automóveis produzidos em Palmela são exportados, sobretudo para os mercados europeus. “Temos consciência da nossa responsabilidade com a região e com o país”, reforçou Gunther.
Durante o processo de transição energética, a fábrica continuará a utilizar biogás residual (11%) em pequenas caldeiras, até à conclusão total do plano de descarbonização, prevista para 2029. “Estamos a instalar tecnologia de ponta, e apesar da eletrificação, o custo total de energia será significativamente inferior”, assegura Margarida Pereira.
A transformação da Autoeuropa insere-se na estratégia global do Grupo Volkswagen para alcançar neutralidade carbónica até 2050, reforçando o papel da unidade de Palmela como referência em sustentabilidade industrial no setor automóvel europeu.
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