SUV de segmento B com comprimento exterior de 4,23 metros, disponível num único nível de equipamento e numa única motorização a gasolina de 1,5 litros, com 135 cv ou 163 cv, com caixa de seis velocidades manual ou automática, respetivamente, o Tivoli é o modelo entrada da marca sul-coreana KGM no mercado nacional.
No seu lançamento em Portugal, a marca anunciou um posicionamento de preço competitiivo para os seus modelos. O Tivoli segue à risca essa permissa, estando disponível por 24 900 euros, valor que lhe permite desafiar os principais concorrentes da sua classe como o Citroën C3 Aircross, Dacia Duster, MG ZS, Nissan Juke, Opel Frontera ou Renault Captur, entre outros.
Ao contrário do Citroën, MG e Opel, que têm versões elétricas e de combustão, o KGM Tivoli é proposto exclusivamente numa motorização a gasolina de quatro cilindros, com transmissão manual ou automática que envia a potência para as rodas dianteiras.
Imagem agradável
O design exterior é caraterizado por linhas agradáveis na secção frontal, que lhe dão a aparência de veículo elétrico, não o sendo. Já a estética traseira será menos consensual. A frente é dominada por uma grelha fechada, deixando a descoberto apenas três pequenas aberturas pintadas no lado direito, e à esquerda pode ser encontrada a denominação do modelo. Em cada um dos cantos surgem os faróis de halogénio e a luz diurna LED.
Na parte inferior da dianteira pode ser encontrada uma grelha escura de dimensões generosas e nos lados os faróis de nevoeiro em forma de escada. Por baixo encontra-se uma proteção que procura dar um toque mais robusto à secção frontal.
As linhas do capot estendem-se ao resto da carroçaria através dos pilares A, os quais têm revestimento em preto para se combinar visualmente com a superfície vidrada. As embaladeiras possuem proteções em plástico escuro que se prolongam por toda a parte inferior da carroçaria.
A secção traseira recebe uma moldura inferior no pára-choques que transmite uma sensação de robustez. O óculo está coberto por um aileron superior com a terceira luz de travagem integrada. A meia altura encontram-se os grupos óticos traseiros que se estendem para as laterais num efeito que está longe de ser visualmente agradável.
Interior pouco requintado
Projetado para ser robusto e resistente, o interior do Tivoli não oferece superfícies suaves ao tacto. Todos os plásticos do painel de bordo, dos revestimentos das portas e dos apoios de braços são rijos e escuros.
O painel de bordo possui um quadro de instrumentos digital de 10,3”, configurável pelo utilizador através dos comandos no volante multifunções, e a qualidade dos gráficos é bastante boa.
Ao centro encontra-se um ecrã tátil de 9” para o sistema de informação e comunicação, mas o grafismo é relativamente antiquado, enquanto o menú também é bastante confuso. O ecrã permite ainda aceder às imagens da câmara traseira com linhas dinâmicas, assim como ao sistema de navegação. Por baixo podem ser encontrados os comandos físicos para regular a climatização.
O espaço a bordo é generoso para os ocupantes dos lugares da frente e traseiros. Os assentos dianteiros têm uma posição relativamemente elevada e todas as regulações são manuais. Graças aos pilares dianteiros estreitos, a visibilidade para a frente é aceitável. O mesmo não sucede com a traseira. O vidro lateral pouco profundo e os pilares grossos penalizam a visibilidade para trás, pelo que a câmara é uma preciosa ajuda nas manobras.
Habitabilidade generosa
Espaços para arrumações não faltam no Tivoli. As portas dianteiras têm bolsas que podem acomodar garrafas de 1,5 litros e atrás encontra-se uma secção mais estreita, que permite guardar objetos. A consola central possui um compartimento para um smartphone e dois porta-copos.
A carroçaria em forma de caixa do Tivoli e a elevada linha de tecto proporcionam um pouco mais de espaço na traseira do que muitos concorrentes do segmento. Mesmo um terceiro ocupante não se sentirá demasiado apertado, graças à largura do assento traseiro. O túnel de motor é baixo, pelo que existe bastante espaço para os pés.
A bagageira oferece um volume de 427 litros, valor inferior a muitos concorrentes. A capacidade pode ser ampliada até aos 1115 litros com o rebatimento dos assentos traseiros numa configuração 60/40.
Mecânica competente
Por baixo do capot encontra-se um motor turbo a gasolina de quatro cilindros de 1497 cc que, com transmissão manual, desenvolve uma potência de 135 cv entre as 5000 e as 5500 rpm e um binário de 280 Nm entre as 1500 e as 3000 rpm. A caixa de seis velocidades tem relações longas, penalizando as recuperações, mas é precisa. O motor é relativamente refinado a baixas rotações, mas torna-se bastante ruidoso a partir das 3000 rpm.
O Tivoli não tem ambições desportivas. Prova disso é a aceleração dos 0 aos 100 km/h que se faz nuns modestos 11 segundos. Além disso, a suspensão também não ajuda em trajetos mais sinuosos, fazendo-se sentir na carroçaria todas as transferências de massas. Em bons pisos, os amortecedores oferecem um bom conforto, mas quando a superfície se degrada notam-se logo as irregularidades.
A direção, por seu lado, também se revelou pesada e pouco comunicativa pelos padrões normais, embora seja possível regular a mesma através de um botão na consola central para um modo Normal ou Sport. O consumo de combustível também não será um dos grandes argumentos do Tivoli, com o computador de bordo a indicar uma média combinada de 8,1 l/100 km durante o ensaio, valor acima dos 7,0 l/100 km anunciados pelo fabricante.
Os pedais do acelerador e dos travões também são bastante sensíveis, dificultando, por vezes, uma condução com maior suavidade. Mas, pelo lado positivo, o sistema de travagem revelou-se potente e eficaz, inspirando confiança.
O condutor do Tivoli tem ao seu dispor vários sistemas de assistência, embora alguns deles sejam demasiado intrusivos como o assistente de manutenção de faixa de rodagem ou irritantes como o reconhecimento de sinais de trânsito, devido à impossibilidade de se conseguir desligar o som.
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