Já sabemos tudo! Frontera pode mesmo ser o renascimento da Opel

4 months, 1 week atrás - 8 Julho 2024, turbo
Opel Frontera
Opel Frontera
Modelo que ajudou à notoriedade da marca alemã na década de 90, o Opel Frontera acabou extinguindo-se com a entrada no novo milénio, para regressar agora, diferente, menos aventureiro, também elétrico, e com um preço que pode fazer dele o responsável por voltar a colocar a Opel nas bocas do mundo. Nós já o vimos e contamos-lhe tudo!…

A “estória” começou, na verdade, em 1991, com a apresentação da primeira geração daquele que seria, também, o primeiro SUV na história da marca de Russelsheim. Modelo a que foi dado o nome de Frontera, também como forma de afirmação de um veículo que procurava proporcionar momentos de lazer, diversão e aventura, não somente longe do alcatrão, mas também por caminhos onde a maioria dos automóveis não chegava.

Quatro anos depois, em 1998, haveria de chegar uma segunda geração, igualmente com carroçaria de três e cinco portas, mas que a entrada no novo milénio contribuiria para fazer com que não viesse a conhecer descendência. Deixando saudades em muitos dos fãs e clientes da marca que ainda hoje recordam o todo-o-terreno alemão.

No entanto e infelizmente para todos estes saudosistas, o novo Frontera que fomos conhecer a Madrid, apresentado 20 anos depois do desaparecimento do antecessor, dificilmente será capaz de calçar os sapatos do anterior e aventurar-se em momentos de verdadeiro todo o terreno; pelo contrário, é a própria Opel que afirma que, até mesmo “SUV”, será designação algo exagerada para chamar ao novo Frontera!

Um verdadeiro Opel…
Ainda assim e visto pela primeira vez ao vivo, este novo Frontera, ainda que fabricado na mesma fábrica do grupo Stellantis em Trnava, Eslovénia, de onde já sai o francês Citroën ë-C3 (com o qual o Opel partilha, de resto, a plataforma Smart Car), não deixa de procurar afirmar-se como um verdadeiro Opel. Principalmente, através de uma frente na qual se destaca o novo “bilhete de identidade” da marca alemã, o Opel Vizor, conjugado com faróis Full LED estilizados, a que se junta ainda um pára-choques volumoso, a procurar afirmar uma imagem de solidez.

Já quando observado de perfil, maiores semelhanças com o ë-C3 francês, por exemplo, no novo e emblemático pilar traseiro, o mesmo acontecendo na traseira, a fazer lembrar, com os seus farolins igualmente estilizados, outros modelos franceses. Mas onde o portão generoso e repleto de vincos também deixa antever uma bagageira cuja capacidade pode variar entre os 460 e os 1.600 litros (com costas dos bancos traseiros rebatidas 60:40), além de um interior onde – outra novidade – poderão ser acomodados até sete passageiros (terceira fila de dois bancos não integráveis no piso, mas removíveis do habitáculo). Embora e neste caso, apenas se se tratar de um carro com motorização Mild Hybrid, já que, no 100% elétrico, as colocação das baterias invalidam tal configuração…

Sem rádio e com jantes de aço?!…
E já que falamos do habitáculo, a constatação das mesmas linhas rectilíneas que já marcam o interior dos novos produtos Opel e que, no Frontera, surgem complementadas com um excesso, não só de de plástico, como de tons escuro, não ajudando a uma maior sensação de solidez ou até qualidade (é um segmento B, tudo bem, mas ainda assim…). Ficando mesmo aquém do conforto e espaço constatado na versão de cinco lugares que vimos em exibição, ou até da boa posição de condução, claramente beneficiada por um novo volante, novos bancos dianteiros Intelliseat (opcionais na versão de entrada) e até mesmo um painel de instrumentos digital de 10” polegadas. Uma vez que, o Pure Panel, que se estende ao longo do tablier e que integra um segundo ecrã táctil de 10”, só é de série na versão mais equipada GS.

Ainda assim e num habitáculo onde também não faltam soluções decalcadas de outros modelos Stellantis, como é o caso do comando de accionamento da caixa automática, opção bem menos compreensível pareceu-nos a decisão da Opel de, pela primeira vez, disponibilizar um modelo (Frontera) sem rádio de série. Argumentando, para tal, que os clientes de hoje em dia preferem ouvir as suas próprias playlists, as quais e uma vez emparelhado o smartphone (até ganha um suporte próprio!) com o automóvel, podem ser geridas através dos através dos comandos no volante e ouvidas através dos altifalantes do carro – dois dianteiros full-range na versão de entrada Edition e seis (dois woofers dianteiros, dois full-range traseiros e dois tweeters) no GS.

Não menos surpreendente, é o ressuscitar, no modelo, das jantes em aço, neste caso de 16”, e que tanto fazem parte do equipamento de série proposto na versão de entrada (o GS já conta com solução em liga leve de 17”),  como e com a curiosidade acrescida de serem brancas, num denominado pack Style. O qual, com uma imagem mais aventureira, integra ainda tejadilho na mesma tonalidade e barras de tejadilho capazes de suportar até 240 kg de carga estática, permitindo aí montar, por exemplo, uma tenda para dois ocupantes…

Híbrido e 100% elétrico
Passando às motorizações, a confirmação de uma oferta composta por duas opções, a mais simples, de nome Hybrid e sinónimo de uma solução híbrida suave com tecnologia de 48V, baseada num 1.2 Turbo a gasolina de 136 cv, o qual, operando em combinação com um motor elétrico de 21 kW (28 cv) e com uma transmissão de dupla embraiagem de seis velocidade electrificada, consegue consumos e emissões significativamente inferiores aos do 1.2 Turbo sem qualquer ajuda elétrica. O qual, diga-se, também estará, no futuro, disponível.

Quanto à segunda opção, trata-se de uma motorização 100% elétrica, comercialmente designada de Electric e equipada, nesta fase inicial, com uma bateria LFP de 44 kWh, que, conjugada com um só motor elétrico de 113 cv, a atuar apenas sobre as rodas da frente, anuncia autonomias pouco acima dos 300 km.

Em junho de 2025, chegará a versão ‘Long Range’, a qual, graças à presença uma bateria maior (54 kWh) e ao mesmo motor elétrico de 113 cv, consegue prometer mais de 400 km com uma só carga.

Qualquer uma das motorizações elétricas poderá repor energia através de uma tomada de 7,4 ou 11 kW, ou então recorrendo a um posto de carga rápida com potências até 100 kW, onde conseguirá recuperar de 20 a 80% da carga, com apenas 26 minutos ligadas à tomada. 

Também em 2025, mas logo em fevereiro, está prevista a chegada de uma variante menos potente do Mild Hybrid, com 100 cv e a mesma transmissão automática eDCT, a prometer menos 10 km/h de velocidade máxima (180 contra 190 do 136 cv) e menos 2s (11s contra 9s) na aceleração 0-100 km/h, mas também menos uma grama nas emissões de CO2 – 124 contra 125 g/km.

A partir de 24 990€… o Hybrid
Falando de preços para aquelas que são as duas primeiras motorizações a ficarem disponíveis em Portugal, durante o próximo mês de outubro, o Frontera Hybrid, com nível de equipamento de entrada Edition, poderá ser adquirido a partir dos 24 990€, enquanto o Frontera Electric implicará um investimento que começa nos 29 990€. 

Preços que, diga-se e apesar de mais elevados que os do rival caseiro da Citroën, não deixam de ser concorrenciais, levando mesmo os responsáveis nacionais da Opel a acreditar que o novo Frontera poderá tornar-se o terceiro Opel mais vendido da marca no nosso País, logo a seguir ao Corsa e ao comercial Combo, assim como um importante contributo no alcançar do objectivo dos 5% de quota de mercado, já para 2024.

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