Helder Pedro, secretário-geral da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), diz que o programa de incentivo ao abate que estava no Orçamento do Estado para 2024 “foi uma medida ineficaz”.
Isto porque, para cumprir com o OE 2024, o Governo essencialmente tornou o programa de incentivo ao abate numa condição para garantir o acesso aos apoios à aquisição de elétricos já existente, como disse Helder Pedro no Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel.
Essa condição — que obrigava à entrega para abate de um carro com motor de combustão com mais de 10 anos —, acabou por ditar a fraca adesão ao apoio. Para os 1050 apoios disponíveis, só foram entregues 775 candidaturas. Em anos anteriores, estes apoios esgotaram em poucas semanas.
O secretário-geral da ACAP reforça que o problema não esteve propriamente na falta de interesse pelos elétricos, mas sim na forma como o programa foi edificado. “Nós achamos que o Governo percebeu tudo ao contrário e nada foi ao encontro daquilo que estava proposto”, criticou.
A associação defende que o incentivo deve ser mais abrangente, permitindo que os consumidores escolham entre um automóvel novo elétrico, híbrido ou até mesmo de combustão interna, apesar de com um limite de emissões imposto.
Entre as sugestões da ACAP está também a possibilidade de compra de veículos usados, mas com um limite de idade a definir. Em Espanha, por exemplo, essa idade foi fixada nos dois anos. “O Governo nem quis falar sobre esse assunto”, avançou o secretário. Pode saber mais sobre o que foi proposto aqui:
Este ano, o Governo deverá lançar um novo despacho relativamente ao apoio aos elétricos onde o incentivo ao abate poderá ficar outra vez inserido, “penso que será o caso, mas não há garantia”, concluiu Helder Pedro.
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