Grupo Volkswagen altera estratégia e a Autoeuropa vai ser afetada

O Grupo Volkswagen anunciou uma grande mudança na forma como organiza a produção das suas fábricas na Europa, de acordo com a Automotive News Europe. O objetivo é tornar a produção mais eficiente e reduzir custos, o que vai afetar diretamente a Autoeuropa, a fábrica do Grupo Volkswagen em Setúbal, Portugal.

A mudança consiste em criar “regiões de produção”, onde várias fábricas da mesma área passam a ser geridas em conjunto. A Península Ibérica (Espanha e Portugal) vai ser a primeira “região” a operar sob este novo modelo. Na prática, isto significa que as fábricas do Grupo Volkswagen – Autoeuropa e Martorell, por exemplo – vão agora reportar a um responsável regional único. Ou seja, algumas decisões que antes eram tomadas individualmente por cada marca passarão a ser coordenadas centralmente.

Para a Autoeuropa, isso traz alterações importantes. A fábrica de Setúbal, atualmente responsável pelo T-Roc, e que, em breve, vai também começar a produzir o Volkswagen ID.1, terá uma nova liderança. Anabel Andion Lomero será a próxima responsável máxima desta unidade, a partir de março do próximo ano.

Esta reorganização faz parte do plano do Grupo Volkswagen designado por “Future Production Governance”, que visa integrar melhor a produção entre diferentes marcas, melhorar a logística e acelerar o lançamento de novos modelos, especialmente os elétricos.

Quais os principais desafios?

Analistas estão a alertar para o facto da centralização também poder gerar desafios. Algumas marcas podem perder parte da sua autonomia, sendo que decisões que antes eram tomadas localmente, agora vão passar a depender de uma gestão regional. Apesar disto, o Grupo acredita que esta abordagem vai permitir operar de uma forma mais eficiente e competitiva no mercado global.

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O ano de 2025 está a ser particularmente complicado para o Grupo Volkswagen, que viu o seu resultado operacional cair 58%, para 5,4 mil milhões de euros, o que se traduz numa margem operacional de apenas 2,3%. Os resultados foram particularmente negativos no último trimestre, tendo sido registado um prejuízo operacional de 1,3 mil milhões de euros.

Para além disto, durante o mês passado, o conselho de supervisão da empresa adiou a aprovação do seu plano de investimentos de dezenas de milhares de milhões de euros para os próximos cinco anos. Este adiamento poderá colocar vários projetos em risco.