Enquanto alguns construtores de automóveis estão a afinar a sua estratégia, face à decrescente procura de automóveis eletrificados, a Ford mantém o seu plano. E depois de nos termos despedido do Fiesta, o próximo modelo a ver a sua produção chegar ao fim será o Ford Focus, em 2025.
Foi em 2022 que a Ford anunciou o encerramento da sua linha de produção de Saarlouis, na Alemanha — onde o Focus é produzido —, previsto para meados de 2025.
Dois anos depois, com o adiamento da Euro 7 (para 2030) e a desaceleração dos elétricos, Martin Sander (diretor geral da Ford na Europa) reforça a mensagem, tendo dito à Autocar que não há “quaisquer planos para prolongar a produção do Focus”.
O único «ajuste» efetuado — tendo em conta a redução da procura por automóveis elétricos — está relacionado apenas com as previsões de vendas de carros elétricos. Sander, no entanto, mantém a sua opinião, afirmando que “continua profundamente convencido de que os veículos elétricos serão mesmo o futuro a longo prazo e que se vai registar um aumento significativo no volume de vendas”.
Até ao final do ano, segundo o responsável da marca, “a Ford terá uma gama completa de veículos elétricos, de passageiros e comerciais, com o objetivo de se adaptar à procura de mercado. Durante os próximos dois anos, serão múltiplas as possibilidades de escolha para os nossos clientes”.
Os automóveis elétricos mais compactos, como os dos segmentos do Fiesta e Focus, não estão fora da equação, segundo Sander, mas, antes disso, o foco está no lançamento de quatro SUV/Crossover 100% elétricos no mercado europeu.
São eles o novo Explorer — que já tem preços e data de chegada a Portugal —, a inédita variante elétrica do Puma, o “Capri” (rumor para o nome do crossover elétrico com base no Explorer) e uma atualização do Mustang Mach-E.
Então e os outros?
As vendas de automóveis 100% elétricos na Europa desaceleraram no primeiro trimestre de 2024, não conseguindo acompanhar a subida geral do mercado. São os automóveis híbridos (mild-hybrid, full hybrid e híbridos plug-in) que estão a ganhar momento, levando ao realinhar das estratégias de algumas marcas.
No caso da Mercedes-Benz, por exemplo, a produção da geração atual do Classe A foi prolongada até 2026, devido também à suavização e adiamento da Euro 7. O Grupo Renault, por seu lado, optou pelo cancelamento da OPI (oferta pública inicial) da sua nova marca de veículos 100% elétricos, a Ampere.
A JLR também anunciou recentemente que iria abrandar a sua transição para automóveis 100% elétricos e voltar a focar-se no desenvolvimento e produção de sistemas híbridos plug-in. Do lado da Alemanha, o Grupo Volkswagen optou por reduzir a produção de algumas gamas, de forma a voltar a equilibrar a oferta com a procura.