Com base em dados da ACAP relativos ao primeiro semestre de 2020 apresentamos os SUV médios preferidos dos portugueses.

Se a posição relativa de alguns modelos já era expectável, o comportamento de outros é surpreendente, evidenciando a preferência dos portugueses por marcas premium.

A combinação de uma imagem radical, inspirada num veículo de todo-o-terreno, com um elevado espaço interior para passageiros e bagagens, associada a económicas motorizações diesel, está na origem do sucesso dos SUV ou crossover no mercado nacional.

Segundo dados da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), o segmento dos SUV registou vendas totais de 21.481 unidades no primeiro semestre de 2020, o que representou quase um terço das vendas de ligeiros de passageiros (64.848 unidades).

A designação SUV é um acrónimo de Sport Utility Vehicle, isto é, um veículo utilitário desportivo. O termo original vem da sigla Suburban Vehicle (veículo suburbano), utilizado por um dos modelos mais populares na década de 1930, o Chevrolet Suburban.

O seu sucesso levou a concorrência a lançar modelos semelhantes, acabando por dar origem a este segmento e a vários subsegmentos.

Originalmente, um SUV consistia na união entre a carroçaria de uma cabina com o chassis de um veículo do tipo pick-up, como, por exemplo, o antigo Rural Willys, que tinha como base o chassis do Jeep Willys.

Nascimento de um segmento
Além disso, para que possa ser integrado no grupo dos SUV, o modelo tem de possuir algumas caraterísticas específicas, como a altura da carroçaria e a capacidade de progressão em pisos não asfaltados, embora não seja necessário disporem de tração às quatro rodas como nos todo-o-terreno "puros e duros".

O conceito fez sucesso junto dos consumidores, levando as marcas a apostarem nestes veículos, que passaram a apresentar um visual menos aventureiro e um maior conforto.

Se originalmente os SUV eram desenvolvidos com base em chassis de camião, tudo mudou em 1999 quando a BMW lançou a primeira geração do X5, que possuía uma plataforma própria, desenvolvida propositadamente para o efeito.

Uma nova "revolução" ocorreu em 2007 quando a Nissan revelou a primeira geração do seu crossover Qashqai que se tornou num verdadeiro sucesso de vendas e foi responsável pela criação do segmento dos SUV de média dimensão ou SUV-C.

Nissan Qashqai
Responsável pela criação do segmento dos SUV de média dimensão, o Nissan Qashqai mantém intactos os argumentos que permitem continuar a ser o modelo mais vendido da sua categoria no mercado nacional. No primeiro semestre de 2020 registou um volume de vendas de 1051 unidades, segundo as estatísticas da ACAP.

A atual geração do Qashqai foi lançada em 2014 e três anos depois recebeu uma ligeira atualização na sua imagem, acompanhada pelo reforço de conteúdos tecnológicos. Além disso, passou a estar disponível com um motor turbo de 1,3 litros de 140 cv ou 160 cv, que passou a representar o acesso à gama.

A oferta diesel é assegurada pelos blocos de 1,5 litros e 1,7 litros, propostos em níveis de potência de 115 cv e 150 cv, respetivamente.

Na mais recente atualização, o Qashqai recebeu ainda um sistema multimedia muito evoluído, atualizável remotamente, assim como o sistema ProPilot, com funcionalidades que antecipam a condução autónoma.

A gama Qashqai é proposta em cinco níveis de equipamento: N-Tec, Business Edition, N-Style, N-Connecta e Tekna+.

Peugeot 3008
A transformação do 3008 de monovolume compacto em SUV de segmento C revelou-se uma aposta de sucesso para a Peugeot, que conquistou conquistar a vice-liderança em Portugal, no primeiro semestre de 2020, com 983 matriculadas.

Desenvolvido com base na plataforma modular EMP2 do Grupo PSA, o Peugeot 3008 distingue-se pelo apuro do design, pela tecnologia incorporada e pela qualidade intrínseca que ostenta.

O interior conta com a última geração do Peugeot i-Cockpit, que permite transportar o condutor para um ambiente tecnologicamente avançado e otimizado para o prazer de condução. O volante é compacto e cortado, quer em abaixo, quer no topo, para garantir uma visibilidade total do painel de instrumentos.

A oferta é constituída por duas motorizações, sendo uma delas a gasolina e a outra diesel. No primeiro caso, a marca propõe o bloco 1.2 PureTech de 130 cv, que pode ser associado a uma caixa manual de seis velocidades ou automática de oito relações. No que se refere aos diesel, a oferta assenta atualmente no 1.5 BlueHDi de 130 cv, com caixa manual ou automática.

Em alternativa está disponível duas versões híbridas plug-in, que combinam um motor a gasolina e outro elétrico, que oferecem potências combinadas de 225 cv ou 300 cv. O consumo médio anunciado é de 1,3 l/100 km em ciclo WLTP. A autonomia em modo elétrico é de 55 km para a versão de 225 cv e 58 km para a de 300 km.

No mercado nacional, o Peugeot 3008 está disponível nos níveis de equipamento Style, Allure, Active e GT Line.

Mercedes-Benz GLC
O lugar mais baixo dos pódio dos SUV médios mais vendidos no primeiro semestre de 2020 em Portugal é ocupado pelo Mercedes-Benz GLC, com 526 unidades.

Além de uma imagem requintada e agradável, este modelo reúne outros argumentos convincentes para conquistar consumidores como uma avançada tecnologia e a disponibilização de um elevado prazer de condução.

O Mercedes-Benz GLC recebeu uma atualização em 2019 e ganhou importantes argumentos tecnológicos, como um pacote mais alargado e melhorado de assistências, a 'hibridização ligeira' nos motores a gasolina (associada à arquitetura elétrica de 48V) e propulsores diesel de última geração.

No capítulo mecânico, a marca anuncia nada mais nada menos do que 13 motorizações no GLC, dos 163 cv aos 510 cv, incluindo versões AMG. O GLC está disponível em versões de tração traseira ou integral e com transmissão automática.

O habitáculo também foi atualizado no ano passado e passou a incluir o sistema multimedia MBUX, que combina um tablet no topo da consola central, associado um comando multitoque e multifunções.

Além do GLC, a Mercedes-Benz também desenvolveu uma versão mais desportiva, denominada GLC Coupé, para quem dá uma maior importância ao estilo do que à versatilidade, uma vez que a linha descendente do tejadilho retira algum espaço aos bancos traseiros e à bagageira.

Volvo XC60
Modelo mais vendido da Volvo em todo mundo, o XC60 também está a obter um sucesso assinalável no mercado nacional. No primeiro semestre de 2020 ascendeu ao quarto lugar da tabela de vendas dos SUV médios, com 397 unidades comercializadas.

O Volvo XC60 distingue-se pelas suas proporções equilibradas e dinâmicas. Com um comprimento exterior de 4,68 metros, o XC60 oferece um excelente compromisso para uma utilização quotidiana em ambiente urbano.

O amplo espaço habitável, a capacidade da bagageira de 483 litros, a elevada qualidade de construção e dos materiais utilizados, a decoração simples mas apelativa, a ampla luminosidade do interior são alguns dos principais argumentos deste modelo da Volvo.

O Volvo XC60 é proposto em versões de tração dianteira ou integral. No primeiro caso conta com motorizações diesel de 2,0 litros com 190 cv ou híbridas a gasolina com 197 cv e 250 cv. A marca também propõe uma motorização híbrida a gasóleo com 235 cv.

A oferta do XC60 inclui ainda versões híbridas plug-in, agora denominadas Recharge, com 340 cv e 390 cv, com tração integral.

No mercado nacional, o Volvo XC60 é comercializado em cinco níveis de equipamento: Momentum, Momentum Plus, R-Design, Inscription e Polestar Engineered.

Citroën C5 Aircross
Uma carreira interessante também a registar o Citroën C5 Aircross, que obteve um total de 353 unidades matriculadas entre janeiro e junho de 2020. Tal como o Peugeot 3008 utiliza a plataforma EMP2 do Grupo PSA e está disponível em motorizações a gasolina, diesel e híbrida plug-in.

Com um comprimento exterior de 4,5 metros e uma mala com uma capacidade entre 580 litros e 720 litros, o Citroën C5 Aircross apresenta como principais argumentos uma elevada sofisticação, um amplo espaço interior e uma modularidade digna de um monovolume, graças aos três bancos traseiros que possibilitam diversos ajustes.

Apesar de não dispor de tração integral, o SUV médio da Citroën beneficia de uma altura ao solo de 230 mm e ao gestor de tração Grip Control para se aventurar em caminhos mais difíceis.

Como já é apanágio da marca do 'double chevron', o C5 Aircross oferece um elevado conforto aos ocupantes, o que se deve ao acerto brando dos amortecedores, aos batentes hidráulicos da suspensão.

No capítulo mecânico, a marca gaulesa propõe motorizações a gasolina de 1,2 litros com 130 cv ou diesel de 1,5 litros e 2,0 litros com 130 cv ou 180 cv, respetivamente. Em alternativa também está disponível a versão híbrida plug-in, com motor de 180 cv, autonomia elétrica de 55 km e consumo médio anunciado de 1,4 l/100 km.

Em termos de equipamento, o C5 Aircross é comercializado em quatro versões: Feel Pack, C-Series, Live Pack e Shine.

Renault Kadjar
Lançado no mercado em 2015, o Renault Kadjar tornou-se num dos SUV médios mais vendidos na Europa. No mercado nacional, a sua carreira inicial ficou algo comprometida devido à homologação como Classe 2 nas autoestradas.

A revisão da legislação em 2018, que quase coincidiu com a primeira atualização deste modelo, permitiu relançar este modelo no nosso país, já que passou a ser "Classe 1" com Via Verde. No primeiro semestre de 2020, este modelo alcançou a sexta posição na tabela de vendas dos SUV médios, com 341 unidades matriculadas.

Na revisão ocorrida há dois anos, a Renault procedeu a uma ligeira modernização na imagem do Kadjar, designadamente na grelha dianteira, nos pára-choques e nos grupos óticos.

O conforto a bordo é um dos principais argumentos do Kadjar, o que se deve às suspensões brandas, ao bom isolamento acústico e aos bancos de estofo suave. O interior já acusa a idade do projeto, mas esse ponto negativo deverá ser ultrapassado no próximo ano quando for lançada a nova geração.

No capítulo mecânico, o Kadjar conta com uma gama de motores onde pontuam o bloco 1.3 a gasolina, com 140 cv ou 160 cv, e os diesel 1.5 dCi de 115 cv ou o 1.7 dCi de 150 cv.

O Renault Kadjar está disponível nos níveis de equipamento Zen, Intens, Black Edition. Este último também pode ser associado à motorização diesel de 1,7 litros com caixa manual e tração às quatro rodas.

Hyundai Tucson
O SUV médio da Hyundai está a registar uma boa aceitação no mercado nacional e no primeiro semestre de 2020 foram vendidas 272 unidades. O preço competitivo é um dos seus argumentos, assim como a garantia da marca de sete anos.

A terceira geração do Tucson foi lançada em 2015 e recebeu a já tradicional atualização a meio do ciclo de vida em 2019. A renovação exterior inclui a adoção de uma grelha redesenhada, grupos óticos com tecnologia LED e iluminação diurna revista e novo pára-choques dianteiro.

O interior também foi revisto, contando com materiais de qualidade e acabamentos de aspeto refinado, como o revestimento em pele do tablier com costuras à vista, e sistema multimédia de fácil utilização durante a condução.

No capítulo mecânico, o Hyundai Tucson recebe um motor a gasolina de 1,6 litros de 132 cv e dois propulsores diesel de 1,6 litros de 116 cv ou 136 cv.

Os dois primeiros motores estão associados a uma caixa manual de seis velocidades, enquanto o diesel mais potente está acoplado a uma caixa de dupla embraiagem de sete velocidades. Todas as versões do Tucson possuem tração dianteira.

No ano passado, a oferta foi reforçada com uma nova alternativa híbrida suave (mild hybrid) com arquitetura elétrica de 48V, conjugada com motor diesel de 1,6 litros.

O comportamento dinâmico do Tucson é marcado pelo conforto de andamento, com as quatro suspensões independentes a processarem as irregularidades do piso e o habitáculo a oferecer um bom isolamento acústico.

Mini Countryman

A Mini está presente no segmento dos SUV médios com o irreverente Countryman, um veículo com um comprimento exterior de quase 4,3 metros e uma altura ao solo de 165 mm.

Este modelo surge num honroso oitavo lugar da tabela de vendas da ACAP relativas ao primeiro semestre com 238 unidades matriculadas, à frente de outros modelos com mais tradições neste segmento como o Toyota RAV4, o Kia Sportage, o Honda HR-V, o Mazda CX-5 ou o Mitsubishi ASX, entre outros.

A irreverência Mini num formato prático e familiar são os principais argumentos do Countryman, que além de cinco lugares oferece uma bagageira com 450 litros. Este modelo também é proposto numa versão híbrida plug-in, denominada Cooper SE ALL4, com 224 cv e uma autonomia elétrica de 55 km.

A marca britânica procedeu a uma ligeira atualização deste SUV médio, quer na vertente estilística, quer na apresentação exterior. Por fora, o Countryman recebeu um novo desenho na grelha, nos contornos do pára-choques, nas óticas e nos farolins, que adotam o tema "Union Jack".

No capítulo mecânico, o Mini Countryman está disponível com motores a gasolina, equipados com filtro de partículas, de 1,5 litros com 102 cv ou 136 cv e um 2,0 litros com 192 cv.

A oferta diesel é constituída pelo bloco de 1,5 litros com 116 cv ou o 2,0 litros com 150 cv ou 190 cv. Para os adeptos de emoções mais fortes também está disponível a versão John Cooper Works com motor de 2,0 litros de 306 cv.

BMW X3
Além do Mini Countryman, o BMW Group também está representado na lista dos SUV médios mais vendidos em Portugal com o X3, que registou 220 unidades matriculadas no primeiro semestre de 2020, segundo as estatísticas da ACAP.

Com o X3, a BMW conseguiu provar que um SUV relativamente compacto, com um comprimento exterior de 4,7 metros, também pode ser divertido de conduzir.

Além disso, também consegue tirar bom proveito das dimensões exteriores, acolhendo facilmente os ocupantes da segunda fila e a bagagem, oferece, neste capítulo, uma mala com um generoso volume útil de 550 litros.

A mais recente geração do X3, apresentada em 2017, passou a contar com uma plataforma nova e uma imagem dinâmica. O interior recebeu um design revisto, assim como novos materiais de revestimento, ecrãs e comandos, incluindo o volante.

No capítulo mecânico, a marca bávara propõe motorizações a gasolina de 2,0 litros (184 cv) e 3,0 litros (480 cv), diesel de 2,0 litros (150 cv ou 190 cv) ou 3,0 litros (286 cv ou 340 cv). Os propulsores a gasóleo dispõem de tecnologia mild-hybrid de 48V.

O BMW X3 também conta com uma versão eletrificada – híbrida plug-in – que combina um motor a gasolina de 2,0 litros e um motor elétrico para oferecer uma potência de 292 cv e uma autonomia elétrica de 50 quilómetros. O consumo anunciado pela marca é de 2,2 l/100 km.

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