O parceiro espanhol da Chery Automobile, EV Motors, está a tentar arranjar parceiros locais para o fornecimento de componentes aos veículos produzidos no âmbito da joint-venture com o construtor chinês. Isto permitirá aos veículos serem comercializados como elétricos europeus.
A EV Motors anunciou este ano que tinha estabelecido uma parceria com a Chery para a produção conjunta de veículos de combustão, híbridos e elétricos na antiga fábrica da Nissan em Barcelona.
Os fornecedores locais permitirão diminuir os custos de importação e melhorar a produtividade. “Analisamos esta questão detalhadamente e estamos a trabalhar para fazer um veículo europeu”, declarou Rafael Ruiz, presidente da EV Motors, numa entrevista recente.
O fornecimento de peças locais reveste-se de uma elevada importância porque a União Europeia decidiu aplicar tarifas pesadas aos veículos elétricos importados da China.
Não obstante os parceiros terem planos para montar os veículos a partir de kits existe um conjunto mínimo de componentes que tem de ser cumprido para que sejam considerados como fabricados na União Europeia.
Adiada produção europeia do Omoda EV
Este ano, a Autoridade da Concorrência de Itália aplicou uma multa de seis milhões de euros à DR Automobiles por induzir os consumidores em erro quanto à origem chinesa dos modelos das marcas DR e EVO. Os veículos são esmagadoramente fabricados pela Chery, JAC e BAIC na China e só alguns pequenos acabamentos são efetuados em Itália.
A Chery adiou o início da produção do seu topo de gama elétrico Omoda em Barcelona para outubro de 2025. Inicialmente, a Ebro irá montar os veículos a partir de componentes pré-fabricados (CKD). A fábrica de Barcelona tem capacidade para montar um carro em cada dez minutos. Neste processo, as peças e componentes que vêm separados necessitam de ser soldados, pintados e montados no país de importação.
Rafael Ruiz tem confiança que o Omoda 5 EV não irá ser sujeito a tarifas porque irá ser fabricado na Europa. A Espanha, recorde-se, é o segundo maior fabricante europeu de automóveis, depois da Alemanha, e possui um robusto conjunto de fornecedores, que vão desde fabricantes de pára-choques a tecnologias de estampagem e motores.
A fábrica de Barcelona iniciará a produção com 200 operários que irão trabalhar em dois turnos, estando previsto um terceiro em fevereiro. Em 2026, a joint-venture deverá empregar cerca de 1250 pessoas. “Queremos tornar-nos numa referência do sector e um exemplo de sucesso”, afirma o CEO da EV Motors.
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