Não foi por acaso que a nova Volkswagen Amarok conquistou, juntamente com a nova geração da Ford Ranger, o prestigiado troféu de “International Pick-Up Award” de 2024-2025 atribuído por um painel de jornalistas da imprensa internacional, após a realização de testes dinâmicos com os quatro candidatos ao título na Riviera de Atenas, na Grécia.
Será de referir que da anterior geração da Amarok ficou o nome e o design dos arcos das rodas. E apesar de ter sido desenvolvida em parceria com a Ford, sendo esta última a líder do projeto, a equipa de estilo da marca alemã teve liberdade para diferenciar tanto quanto possível o seu modelo relativamente à Ranger. Dos componentes externos, a Volkswagen reivindica que apenas os espelhos retrovisores, os puxadores das portas e o painel do tejadilho são iguais.
O estilo exterior da nova Amarok adota os códigos atuais de linguagem da marca alemã. Isso é notório no pára-choques ou na grelha frontal, cujas linhas fazem recordar alguns SUV da marca como o Tiguan ou o Touareg.
Igualmente distinto é o taipal traseiro, que tem estampado a designação do modelo e o pára-choques dispõe de um degrau para facilitar o acesso à caixa de carga metálica.
Ambiente de SUV
Além da imagem, a nova geração da Amarok também se distingue claramente da anterior pelas dimensões externas, designadamente da distância entre-eixos que cresceu até aos 3,27 metros, o que permitiu sublinhar as proporções da carroçaria e prolongar o comprimento total até aos 5,36 metros.
Em combinação com uma largura de 1,92 metros e uma altura da cabina, a pick-up de cabina dupla da Volkswagen tem uma presença não só marcante, mas, também, sofisticada, graças aos frisos cromados na grelha e às luzes LED.
Passando ao habitáculo, este aproxima-se mais de um SUV da Volkswagen do que propriamente de um “carro de trabalho”. Os materiais utilizados são agradáveis à vista e a qualidade de construção está ao nível do que nos habituou a Volkswagen.
Os bancos com estofos em alcântara sintética ArtVelours no nível de equipamento Style dão um toque de requinte, sensação essa reforçada pelo revestimento a couro dos plásticos do painel de bordo e pelas costuras de constraste.
O painel de bordo é dominado por um painel de instrumentos digital e por um ecrã tátil vertical de 12” na consola central, que permite aceder ao sistema de infoentretenimento e às principais funções do veículo.
Habitabilidade traseira podia ser melhor
Os menús, contudo, são específicos da Amarok, assim como o próprio grafismo. O acesso direto a alguns comandos como a climatização ou os programas de condução é assegurado por botões físicos localizados na parte inferior do ecrã.
Por outro lado, o punho da caixa automática de dez velocidades e o comando giratório dos modos de tração são iguais aos da Ranger. Por outro lado, o volante multifunções é idêntico ao encontrado em vários outros modelos da Volkswagen.
A longa distância entre-eixos permitiu disponibilizar um espaço generoso para as pernas no banco corrido de três lugares da segunda fila. A altura para a cabeça é excelente, mesmo para ocupantes de estatura mais elevada.
A habitabilidade só não é melhor atrás porque foi necessário encontrar uma solução de compromisso com o espaço ocupado pela caixa de carga, a qual tem uma forma quase quadrada, com um comprimento interno de 1,56 metros e uma largura de 1,54 metros.
A posição correta atrás do volante encontra-se com facilidade, graças à regulação da coluna da direção em altura e profundidade e às múltiplas possibilidades de ajuste elétrico do assento. O amplo pára-brisas e os vidros altos garantem uma excelente visibilidade da estrada e das condições de trânsito.
Equipamento generoso
As manobras em márcha-atrás são facilitadas pela câmara traseira que que integra o Pacote de Assistência 3, juntamente com sistemas de assistência à condução até agora pouco habituais nas pick-up como o reconhecimento de sinalização de trânsito dinâmica, assistente de manutenção da faixa de rodagem, assistentes laterais, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com alerta de trânsito traseiro ou o cruise-control adaptativo, entre outros.
O equipamento de conforto presente no nível de equipamento Style compreende ar condicionado automático bi-zona, Pacote de Infotainment 3 (sistema de infoentretenimento com ecrã tátil, receção de rádio AM/FM DAB+, seis colunas de som, Bluetooth, com entradas USB-C e USB-A), cockpit digital de 12”, bancos dianteiros aquecidos e com regulação elétrica, controlo intermitente do limpa pára-brisas com sensor de chuva, volante multifunções em couro, retrovisores exteriores elétricos e rebatíveis, entre outros.
Comportamento previsível
Carregando no botão localizado na parte lateral da coluna direção entra em funcionamento o motor diesel de quatro cilindros de 1996 cc, que em combinação com o nível de equipamento Style, terá a maior expressão de vendas na gama Amarok. Desenvolvendo uma potência máxima de 205 cv às 3750 rpm e um binário máximo de 500 Nm entre as 1750 e as 2000 rpm, aquele bloco está acoplado a uma caixa automática de dez velocidades, desenvolvida originalmente para o Ford Mustang.
Em conjunto com a afinação do chassis, das suspensões e das relações de transmissão, a Amarok proporciona uma condução agradável e previsível, graças ao elevado binário disponibilizado pelo motor a baixas rotações, respondendo com prontidão às solicitações do acelerador. As passagens de caixa, porém, poderiam ser mais rápidas.
A elevada relação entre peso e potência de 11,3 kg/cv não permitem acelerações fulgurantes nem prestações ao nível da Ford Ranger Raptor, que pertence a um outro campeonato, mas, mesmo assim, ainda consegue ir dos 0 aos 100 km/h em 10,5 segundos.
Se as prestações não estão ao nível da Ranger Raptor, o consumo de combustível e o custo de utilização é bastante mais simpático para o proprietário / condutor, sendo possível alcançar valores semelhantes aos 8,9 l/100 km anunciados pela marca.
Competência em fora de estrada
Se em estrada, a Amarok não deixa ninguém envergonhado, quando o piso alcatroado acaba e se entra em maus caminhos, a pick-up da Volkswagen não tem dificuldades em ultrapassar quase todas as dificuldades.
As elevadas capacidades em todo-o-terreno são asseguradas por uma elevada altura ao solo de 23 centímetros – o reverso da medalha é que paga Classe 2 nas autoestradas sem apelo nem agravo – por um ângulo de ataque de 30º, ventral de 21º, de saída de 26º e de inclinação de 21º. A capacidade de passagem a vau, por sua vez, é de 80 centímetros.
Para enfrentar os diferentes tipos de pisos, a Amarok conta com quatro modos de tração (2H, 4A, 4H e 4L), que são selecionados por um comando giratório localizado entre os bancos dianteiros. A ativação do modo pretendido poderia ser mais rápida, mas esse problema também se coloca na Ford Ranger. Para engrenar as redutoras é necessário colocar o seletor da transmissão automática em N (Neutro) e só de depois girar o comando para 4L. Caso contrário não assume.
Seis programas de condução
A Volkswagen Amarok disponibiliza ainda seis programas de condução – Normal, Eco, Escorregadio, Lama/Terra, Neve/Areia Intensa e Reboque – que são selecionados através de um botão na consola central e de um menú específico no ecrã tátil. Na Ranger, o processo é mais simples, bastando carregar num comando localizado entre os bancos dianteiros.
Para garantir a progressão segura em declives mais acentuados é possível ativar o assistente de controlo em descidas e a eletrónica faz quase tudo. Além disso, o bloqueio de diferencial traseiro permite vencer obstáculos onde se verifique cruzamento de eixos.
A configuração da suspensão foi otimizada para utilização em fora de estrada, situação para a qual a Amarok estão habilitada com as melhores aptidões, desde que, naturalmente, se respeitem os limites da física e se leve em consideração que a distância entre-eixos é longa. De qualquer maneira, o conforto a bordo está acima da média.
Conclusão
A Volkswagen Amarok, juntamente com a sua “prima” Ford Ranger, é uma justa vencedora do troféu “International Pick-Up Award”. O chassis está preparado para enfrentar quase todos os tipos de desafios, quer em estrada, quer em maus caminhos, enquanto a cabina dupla oferece um interior que mais se aproxima de um SUV “premium”.
Uma das versões mais procuradas no mercado nacional é a Style com motor 2.0 TDI de 205 cv porque oferece o melhor compromisso graças à combinação de um nível de equipamento completo, elevadas aptidões em fora de estrada, uma motorização diesel competente e relativamente económica.
Esta versão está disponível a partir de 57.045 euros, mas a inclusão de vários opcionais na unidade ensaiada como barras de tejadilho longitudinais cromadas, estribos degraus com degrau, forro interior do tejadilho em tom escuro, jantes de liga leve com pneus All-Terrain fazem elevar o preço final para 60.479 euros.
De qualquer maneira, a Volkswagen está de regresso ao segmento das pick-up com uma proposta que reúne todos os argumentos se tornar numa das referências no limite superior do segmento das pick-up de lazer.
Volkswagen Amarok Style 4Motion 2.0 TDI 205 CV
Preço 57 0455€ (60 479€ versão ensaiada)
Motor Diesel 4 cil, 1996 cc
Potência 205 cv às 3750 rpm
Binário 500 Nm às 1750 – 2000 rpm
Transmissão Auto, 10 vel
Tração 4WD
Peso 2321 kg
Comp./Larg./Alt. 5,36/2,03/1,93 m
Dist. entre eixos 3,27 m
Carga útil 959 kg
Desempenho 10,5 s 0-100 km/h; 180 km/h Vel. Máx.
Consumo 8,9 (8,8*) l/100 km
Emissões 234 g/km
* Medições Turbo
GOSTÁMOS
– Fora de estrada
– Consumo
– Equipamento
NÃO GOSTÁMOS
– Seleção modos tração
– Habitabilidade traseira
– Classe 2