Muda tudo. Este é o novo Audi A6 agora só como elétrico

4 months, 2 weeks atrás - 1 Agosto 2024, razaoautomovel
Muda tudo. Este é o novo Audi A6 agora só como elétrico
Continua a revolução da gama da Audi, agora com o novo A6 e-tron. Consegue observar alguma diferença? Sim, é exclusivamente 100% elétrico.

A revolução continua: o novo Audi A6 e-tron vai passar a existir apenas com propulsão 100% elétrica. Mas o A6 a combustão terá um futuro… como A7.

Recorde que a nova estratégia de nomenclatura da marca dos anéis coloca números ímpares nos modelos com motor de combustão e pares nos 100% elétricos. Algo que vimos na revelação do novo A5, que substitui o A4 a combustão.

Este novo modelo não foge à regra, e estará disponível com duas carroçarias, Sportback e Avant (carrinha). E conta logo desde o lançamento com a versão mais desportiva S6, também disponível nas duas carroçarias.

Tecnicamente recorre à mesma base técnica do Q6 e-tron, a PPE (Premium Platform Electric). Assim, depois de um atraso inicial de dois anos, agora a Audi está a ser muito rápida com o lançamento de novos modelo, o que vai ser fundamental para recuperar o atraso em vendas face às suas duas «arqui-inimigas», Mercedes-Benz e BMW.

Autonomia acima dos 750 km
O sistema de propulsão é semelhante ao do SUV Q6 e-tron. Ou seja, tem um motor elétrico assíncrono (ASM) no eixo dianteiro e outro motor elétrico de íman permanente (PSM) no eixo traseiro.

No entanto, o A6 e-tron só tem o motor traseiro, sendo assim tração traseira — uma estreia absoluta na história do modelo —, enquanto o S6 e-tron, com dois motores, tem tração às quatro rodas.

Inicialmente, a marca alemã vai dispor de dois níveis de potência, um para o A6 e outro para o S6:

  • A6 e-tron — um motor elétrico (tração traseira); 270 kW (367 cv);
  • S6 e-tron — dois motores elétricos (tração integral) 370 kW (503 cv), que chega aos 405 kW (551 cv) com controlo de arranque (launch control).

Enquanto o S6 e-tron se destaca por completar o arranque de 0 a 100 km/h em 3,9s e prosseguir depois até uma velocidade de ponta de 240 km/h, o A6 e-tron «normal» brilha mais pela sua eficiência, anunciando uma autonomia de até 756 km (WLTP), que desce para 720 km no caso da Avant, a carrinha.

Por sua vez, as versões mais desportivas anunciam uma autonomia de até 675 km (ciclo WLTP), no caso do Sportback, e 647 km (ciclo WLTP), para da Avant.

Parte desse resultado é o apurado coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0,21 para o Sportback (berlina), o mais na história da Audi. Na Avant o Cx é menos favorável, cifrando-se em 0,24.

Uma grande «chapelada» para os designers e engenheiros da Audi, que conseguiram estes valores de referência sem que o carro se pareça com uma espécie de rebuçado arredondando nos extremos como acontece com o concorrente direto, o Mercedes-Benz EQE…

Porém, isso não significa que o A6 e-tron seja um carro lento, muito longe disso, como o comprova a aceleração de 0 aos 100 km/h em apenas 5,4s e a velocidade máxima de 210 km/h (com pack opcional).

Naturalmente há vários outros fatores decisivos para a alargada autonomia homologada, como a bateria de 100 kWh (94,8 kWh úteis) e o esforço de contenção do peso com medidas como a proteção debaixo do carro em fibra compósita. O resultado são 2175 kg para o A6 e-tron e 2345 kg para o S6 e-tron (a carrinha é 10 kg mais pesada em ambos). Não são leves, é certo, mas o EQE é 200 kg mais pesado.

Para além disto, as cablagens dos motores elétricos em cobre especialmente leve, a sua melhorada eficiência e a capacidade máxima de desaceleração regenerativa de 220 kW também desempenharam o seu papel.

Por falar em desaceleração, os engenheiros alemães trabalharam arduamente na resposta do pedal do travão para que a transição da travagem regenerativa elétrica para a clássica travagem hidráulica fosse o mais suave possível. Se o resultado for semelhante ao alcançado no Q6 e-tron… o cliente final deverá apreciar.

A bateria de iões de lítio (800 V) poderá ser carregada até uma potência de 270 kW (corrente contínua, DC) ou até 11 kW (corrente alternada, AC), estando previsto que o carregamento AC a 22 kW fique disponível ao longo do ciclo de vida do novo A6 e-tron.

Suspensão que sobe e desce
O chassis com amortecedores eletrónicos adaptativos no A6 e-tron pode ser opcionalmente complementado com suspensão pneumática, que é de série no S6 e-tron.

Se for este o caso, a carroçaria desce 20 mm no modo de condução “Eficiência” a partir dos 120 km/h (que é onde ele atinge o valor ótimo de Cx). Abaixo dos 80 km/h, o A6 e-tron regressa à sua distância ao solo normal. Nos programas de condução “Dinâmico” e “Eficiência”, a carroçaria desce 10 mm abaixo do nível normal.

Iluminação avançada
Outro tema que a Audi tradicionalmente atribui grande importância é o da iluminação. Na frente, os estreitos faróis de condução diurna e os faróis principais foram separados. Estes últimos surgem integrados numa máscara negra, atrás da qual os LED dos médios e máximos desaparecem assim que são desligados.

Os quatro anéis e as luzes traseiras OLED identificam claramente o Sportback e o Avant como modelos Audi. Os especialistas em iluminação da marca alemã primaram no «espetáculo luminoso», sendo que este novo modelo tira partido de 10 painéis OLED com um total de 450 segmentos, o que lhe permite alguns «malabarismos» que não observamos noutros carros.

Como por exemplo? Quando as luzes de emergência são ativadas, surge um triângulo de aviso vermelho, digital, nas óticas traseiras. Se as portas estiverem prestes a ser abertas e o radar traseiro detetar um ciclista a aproximar-se, aparecerá igualmente esta figura geométrica, decorada com três listas horizontais.

No entanto, os «truques luminosos» não acabam aqui. Para facilitar a abertura elétrica da tampa da bagageira — passando um pé por debaixo do para-choques—, é gerada uma luz no local exato onde o «livre direto» deve ser batido.

Interior conhecido mas novos retrovisores
O interior é basicamente idêntico aquele que conhecíamos do Q6 e-tron. Isto significa que existem ecrãs curvos no painel de instrumentos, com 11,9”, e central, com 14,5 ”, complementados por um ecrã retangular opcional para o passageiro dianteiro, com 10,9”. O head-up display, com recursos de realidade aumentada, faz parte do equipamento de série do novo A6 e-tron.

Os espelhos retrovisores exteriores opcionais com câmaras passam a poder ser rebatíveis e os monitores que até aqui estavam na base dos pilares dianteiros foram reposicionados mais acima para melhorar o campo de visão do condutor.

O objetivo parece poder dar os resultados desejados em estrada (a confirmar), mas a execução desta solução não está no mesmo nível elevado a que os interiores dos Audi nos habituaram. Ao contrário das portas com fecho (final) automático que transmitem uma verdadeira sensação de automóvel de luxo, o que acaba por também se repercutir no seu preço.

Quando chega e quanto vai custar?
O novo Audi A6 e-tron chegará ao mercado antes do final deste ano, por preços que devem rondar os 80 mil euros no caso do A6 Sportback e-tron. Já preço do S6 e-tron deverá rondar os 100 mil euros. As versões Avant irão inflacionar estes valores entre 1500 euros e 2500 euros (tudo valores estimados).

A partir de meados do próximo ano, o A6 e-tron passará a estar disponível com uma bateria mais pequena (capacidade bruta: 83 kWh), que permitirá um «degrau de acesso» à gama A6 e-tron mais baixo, na ordem dos cerca de 67 mil euros.

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