Prevista para ser uma manifestação, mas "proibida pela PSP por o pedido na Câmara do Porto não cumprir as 48 horas de antecedência ditadas pela lei", explicou o promotor Ricardo Galhardo, a ação, ainda assim, reuniu meia centena de pessoas.
Ricardo Galhardo explicou estarem "contra o alargamento dos parcómetros para uma zona que é residencial, na Rua Serpa Pinto", via que "abrange milhares de moradores e com centenas de casas e prédios sem garagem", o que faz com que os "moradores não tenham onde estacionar os seus carros".
Um abaixo-assinado com 500 assinaturas de moradores, comerciantes e trabalhadores da zona da Ramada Alta foi entregue na segunda-feira da semana passada na Assembleia Municipal do Porto, informou o promotor.
Falando de um "um negócio que vai ser quase imparável", Ricardo Galhardo explicou que a empresa concessionada "vende metade dos lugares aos moradores, custando cada um 25 euros, mas sem que isso garanta o lugar de estacionamento", tendo esta direito por cada lugar comprado "a mais um lugar" na rua.
"Os parcómetros, em vez de serem uma ferramenta para a mobilidade, como é na baixa, estão a ser transformados num negócio e nós estamos contra isso", disse.
Outro dos manifestantes, Evaristo Ribeiro, revelou haver gente "que vive há dezenas de anos" no local, "que nunca teve garagem e que agora se vê obrigada a pagar para estacionar" sem saber se "vai ter lugar na sua zona".
E denunciou: "a Rua 9 de Julho e a Rua Brito Capelo já estão no plano. Há ruas na cidade que tinham duas vias e passaram a ter apenas uma para lá colocarem parcómetros".
Questionando que "vantagens tem o cidadão do Porto com os parcómetros?", o morador perguntou se com os "milhares de euros quase diariamente amealhados" estão a "fazer hospitais, escolas ou creches?".
Comerciante na Rua Serpa Pinto, Helena Barros contou que "há comerciantes que vão também começar a pagar", expressando a sua revolta ao mencionar que estes "trabalham naquela rua, mas não residem nela".
Jerónimo Azevedo, também comerciante, trouxe à conversa outro exemplo e mais uma pergunta: "tenho uma frutaria onde, há seis anos, colocaram à frente um lugar [de estacionamento] para deficiente. Agora colocaram um parcómetro. Como é que vou conseguir diariamente descarregar as caixas de fruta?".
A vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, esteve no local para mostrar solidariedade com o protesto e vincar que votou contra esta solução na reunião camarária.
A Lusa tentou obter um comentário da Câmara do Porto, mas até ao momento, tal não foi possível.
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