“Há ainda um decréscimo de 2%, face ao mesmo período de 2020, altura em que o mercado teve uma recuperação”, revelam os dados do barómetro do mercado automóvel, desenvolvido pela plataforma Standvirtual, em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).
A pesquisa, apresentada durante um webinar que ocorreu ontem, sublinha ainda que o “primeiro semestre de 2021 teve uma quebra global de 15% na transferência de propriedade comparativamente a 2019, mas demonstra progressos relativamente ao mesmo período de 2020, que registou uma quebra de 17%”.
Relativamente ao mercado de novos (ligeiros e pesados), há uma quebra de -21,4% em julho face a julho de 2020, mas com um crescimento de 18,1% no total do ano, em comparação com o mesmo período de 2020. No caso dos motociclos, triciclos e quadriciclos regista-se uma quebra de -10,5% em julho, mas uma variação anual de 20,4%.
O estudo conclui ainda que “a escassez de oferta e a dificuldade de repor stocks faz com que os comerciantes tenham de pagar mais caro pelos veículos, o que se reflete também no preço para o consumidor final”.
“Verifica-se ainda uma escassez de viaturas mais baratas até 10.000€, mas também de viaturas no segmento seguinte de 20.000€, que a partir de março apresentam tendência de queda”, sublinha o documento.
Durante a videoconferência, o administrador da Só Barroso, Américo Barroso, alertou para os problemas de abastecimento e respetivas consequências para o mercado: “Temos de ter cuidado com o preço que praticamos na venda. Estamos a vender carros que, se quisermos repor o stock, vamos pagar mais caro do que estamos a vender, nesta fase de escassez de produto”, frisou.
“Neste momento o mercado está desregulado e há ganância da parte da compra. Há leilões online a vender aos profissionais por preços superiores carros que estavam na plataforma de particulares. Se o mercado daqui a três ou quatro meses normalizar, para ter stock será preciso perder uma fortuna para recolocar o produto no mercado. É preferível não comprar do que fazer loucuras”, defendeu o empresário.
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