
As previsões da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) para 2025 já apontavam um cenário de retração, e o mês de setembro veio ajudar a confirmar essa tendência.
De acordo com a associação, as exportações da indústria portuguesa de componentes automóveis caíram 4,1% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, totalizando 994 milhões de euros. Um desempenho negativo que contrasta com a subida de 14,3% nas exportações nacionais de bens no mesmo período.
No acumulado entre janeiro e setembro, as exportações de componentes somaram 8,9 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 3,7% face ao mesmo período do ano passado.
Segundo a AFIA, esta desaceleração reflete vários fatores que têm vindo a afetar a competitividade da indústria europeia: pressão regulatória e incerteza normativa, volatilidade da procura, dificuldades nas cadeias de abastecimento, concorrência internacional cada vez mais intensa, e ainda, custos elevados associados à transição energética e digital.
“Os números de setembro continuam a mostrar a ligação a projetos europeus e de empresas europeias a produzir fora da Europa, mas também deixam um alerta: sem competitividade, Portugal e a Europa arriscam perder terreno nas cadeias globais de valor. O setor exporta, cria emprego qualificado e é inovador, mas para continuar a crescer tem de poder produzir e investir em condições comparáveis às dos nossos concorrentes”, avança José Couto, presidente da AFIA.
Um carro por menos de 20 mil euros?
Depois de um ano recorde em 2023, o setor encerrou 2024 com uma quebra de 4,5%, com 11,785 mil milhões de euros exportados. Sendo que esta tendência parece querer prolongar-se em 2025.
Para onde vão os componentes automóveis feitos em Portugal?
Entre janeiro e setembro o principal destino destes componentes continua a ser o continente europeu, concentrando 88,4% das vendas realizadas. Porém, verificou-se um decréscimo de 3,6% relativamente a 2023.
Por entre os diversos mercados de destino, Espanha continua a ser o principal cliente de componentes automóveis produzidos em Portugal, com uma quota de 29%, seguido pela Alemanha (22,1%) e França (8,6%).
AFIA alerta: “A meta de emissões da UE para 2035 é inatingível”
A indústria portuguesa de componentes automóveis é uma parcela significativa das exportações nacionais de bens transacionáveis, representando 14,7% do total. O seu impacto na economia portuguesa é, por isso, crucial.
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