Da Bélgica a Portugal a pedalar pelo bem do ambiente

6 years, 2 months atrás - 7 Setembro 2018, Jornal de Notícias
Da Bélgica a Portugal a pedalar pelo bem do ambiente
João Pedrosa, 27 anos, está há quase um mês a fazer o percurso de Bélgica até Portugal em bicicleta. O objetivo é mostrar que há "alternativas aos transportes poluentes" e, pelo caminho, estimular a reflorestação de solo luso.

Foi com abraços e caras molhadas que João Pedrosa foi recebido esta quinta-feira, às 15.30 horas, junto à Torre dos Clérigos, no Porto, pela namorada e amigos. Ainda não tinha descido da bicicleta que o acompanhou nos últimos 27 dias e já o suor se juntava às lágrimas dele e dos outros.

João veio a pedalar desde Lovaina, Bélgica, onde esteve nos últimos quatro anos a completar o doutoramento em Ciências Biomédicas. Desmontar a companheira de passeios e trazê-la no avião, no regresso a casa, "não tinha tanta piada" como montá-la. Por isso, fez-se à estrada e, pela primeira vez nos 27 anos de vida, andou cerca de 3400 quilómetros sobre duas rodas (120 por dia), ao longo de um percurso que começou no dia 11 de agosto, naquela cidade belga, e não terminou no ex-líbris portuense. Prolonga-se na sexta-feira até à Figueira da Foz, onde reside e onde deverá chegar durante a tarde, se as pernas ajudarem.

Com alguma apreensão, mas uma vontade maior de enfrentar os riscos da vida de estrada, foi na bicicleta que levou a casa onde tem dormido. Uma tenda e um colchão, que todos os dias montava e desmontava no parque de campismo mais próximo, foram suficientes para recarregar baterias. "Fui totalmente independente", conta João, que começava a pedalar de manhã e parava ao fim da tarde, pelas 18 horas. De resto, "só precisava de fazer pausas para me abastecer de água e comida", acrescenta. O percurso mais difícil, a nível físico, foi o dos Picos da Europa, "bem puxados, mas muito gratificantes, com paisagens fantásticas".

"Cycling back Home" (Pedalar de volta a casa) - assim chamou a iniciativa - é mais do que um fim em si mesmo. Serve para mostrar que "há alternativas aos transportes poluentes". "É um símbolo de transporte sustentável, que compensa o dióxido de carbono que libertamos", confessa. Se a ideia, por si só, já era amiga do ambiente, João deu-lhe ainda mais dimensão. Motivado pelos catastróficos incêndios do ano passado - João estava de passagem por Portugal nessa altura -, o figueirense aliou-se a um projeto de reflorestação já existente, o Semente Sorridente, e promoveu-o nas redes sociais com o objetivo de "replantar o que se perdeu". Em cima de uma bicicleta e com acesso condicionado à Internet, conseguiu levar seguidores, entusiastas e curiosos a comprarem 67 árvores para plantação.

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