Covid-19: Hoje é um bom dia para comprar um carro?

4 years, 7 months atrás - 12 Maio 2020, Auto Monitor
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Os efeitos da pandemia de Covid-19 continuam a espalhar-se por todo o mundo, criando perturbações na economia e transformando os mercados numa roleta-russa, ao mesmo tempo que abala a confiança dos consumidores e atira para o desemprego milhões de pessoas.

Com a turbulência económica instalada e uma recomendação geral para que se fique em casa em todos os casos em que isso for possível, será este o melhor momento de comprar um carro? Se realmente precisa de comprá-lo nesta altura, qual a forma mais segura? Vale a pena esperar por uma maior estabilização da economia?

Na verdade, quem precisa de comprar um carro e pode fazê-lo porque está seguro no seu trabalho, só encontra eventuais limitações nas operações do stand. Desde que cumpra as recomendações gerais de saúde e esteja disponível para se sujeitar a alguns atrasos que possam ocorrer devido às limitações impostas ao setor de serviços, comprar um carro hoje não apresenta mais problemas do que antes.

E pode, sem dúvida, ser vantajoso. É do conhecimento geral que nas grandes crises se fazem alguns bons negócios, e com a queda do mercado automóvel, cuja recuperação ainda não se vislumbra, as marcas e os stands estão a empenhar-se na criação de campanhas para atrair os consumidores. Assim, os próximos meses podem ser uma altura excecional para comprar um carro novo em condições mais vantajosas. Quem quiser comprar um modelo que seja muito popular, talvez até queira apressar-se a comprar, para evitar possíveis atrasos na entrega motivados pelo condicionamento atual da laboração das fábricas.

Nos EUA, marcas como a General Motors, a Hyundai e a Honda expandiram os seus programas de leasing e de descontos para incluir os trabalhadores dos serviços de saúde. A Ford introduziu um incentivo de 500 dólares para os primeiros compradores e também profissionais de saúde. Noutra vertente, desde o princípio de maio, os concessionários da Mazda estão a oferecer combustível aos trabalhadores dos hospitais, sejam eles clientes ou não.

Mas não será melhor esperar?

Como foi dito anteriormente, quem precisa e pode, deve avançar com a compra de um carro sem receios, aproveitando as boas oportunidades que vão surgir. Mas é claro que isto se aplica apenas a quem tem dinheiro disponível ou condições de trabalho sólidas que não estejam ameaçadas pelo eventual prolongamento duradouro da pandemia. Quem trabalha em setores muito suscetíveis à desaceleração económica está mais sujeito a ficar desempregado ou ser atirado para o layoff. Nesses casos, é claro que será melhor não contrair novos empréstimos e esperar um pouco até que se perceba melhor de que forma a situação vai evoluir.

Do mesmo modo, o leasing e as suas condições atrativas não são, neste momento, uma boa solução para quem está em risco de ficar desempregado. É difícil manter um sistema de leasing se os pagamentos começarem a falhar, acabando no final por ficar sem dinheiro, sem carro e com muitas dores de cabeça que pode evitar adiando a compra de um carro a leasing para quando a economia regressar aos eixos. É que um carro comprado através de um crédito até pode ser vendido e, com sorte, cobrir a dívida ao banco. No caso do leasing é impossível vender o carro.

Em suma, comprar um carro agora é para quem realmente pode, seja porque tem dinheiro, seja porque tem um emprego à prova de bala. De certo modo, este raciocínio não é assim tão diferente daquilo que o bom senso dita em tempos normais. A diferença é que existem hoje muito mais consumidores do lado dos que "não podem" do que antes.

E se for um usado?

Hoje é, indubitavelmente, um bom dia para comprar um carro. Mas as próximas semanas e meses poderão ser ainda melhores. Os efeitos da diminuição da procura por carros novos e usados terão como resultado uma maior disposição dos vendedores para baixar o preço a níveis menores do que antes da pandemia. No entanto, também não se espera que estas condições mais atrativas provoquem filas nos stands em plena crise económica, pelo que é bem possível que alguns stands comecem a não conseguir escoar o stock de usados, por exemplo.

Outro problema pode vir das empresas de aluguer de automóveis, que neste momento precisam mais de dinheiro do que de carros. Com as pessoas nos seus países de origem, sem viajar, este setor fortemente dependente dos turistas poderá querer vender parte da sua frota, fazendo entrar no mercado uma multiplicidade de usados maior do que seria de esperar.

Também os particulares continuarão a vender carros, principalmente aqueles que caíram no desemprego e precisam de dinheiro para aspetos mais essenciais do que o automóvel.

Com todo este aumento da oferta de carros usados, é fácil perceber o que vai acontecer aos preços. Quem quiser vender um carro usado vai ter de aceitar acordos de valores muito mais baixos, e isso significa que esta poderá ser uma das melhores alturas de sempre para comprar. Outra vantagem associada ao preço é o facto de possibilitar a muitos consumidores a compra a pronto ou, pelo menos, com créditos ligeiros e mais fáceis de gerir em caso de imprevistos.

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