Marca originalmente britânica, nascida em 1912 com o nome de Morris Motor, mas que a bancarrota do então MG Rover Group, em 2005, haveria de levar à sua compra pelos chineses da SAIC Motor, a MG procura agora recuperar o protagonismo que já teve, em tempos, na Europa Continental.
Depois de uma fase em que limitou as suas actividades aos mercados do Oriente, mantendo presença, deste lado do globo, apenas no Reino Unido, a outrora marca outrora de pequenos e acessíveis desportivos, fundada por William Morris, começa agora a crescer no mundo, apoiada nos yuans e tecnologia chinesa, graças aos quais, só de janeiro a agosto de 2023, já conseguiu vender mais de 440 mil veículos nos mercados globais. Número que representa um crescimento nas vendas de 33%, com os elétricos a valerem mais de 30%.
Já na Europa, números não menos auspiciosos, com um total de 150 mil unidades vendidas entre janeiro e setembro de 2023, o que significa uma subida de 149% face a igual período de 2022, com os elétricos a representarem mais de 50%. Com Portugal, onde a marca voltou a estar presente a partir de 2021, a liderar este crescimento, com uma subida de 454% entre janeiro a agosto deste ano, com um total de 693 veículos vendidos, a garantirem uma quota de mercado de 0,50%.
O futuro próximo
No entanto, vale a pena também dizer que as ambições dos responsáveis da MG, nomeadamente, para Portugal, apontam a números bem mais altos e que passam, já em 2024, pelo alcançar de uma quota de mercado de 2,25%. Mas também pelo crescimento de uma rede de concessionários que deverá ter, no final desse mesmo ano, 24 pontos de venda (atualmente, são 14, com mais quatro em vias de abrir).
Na base desta crença, está, segundo explicou o Director de Vendas e Desenvolvimento de Mercado da MG Portugal, Ricardo Lotra, não apenas o facto do nosso País fazer parte dos principais mercados em que a marca aposta, mas também a estratégia já delineada de oferecer uma gama, atual e futura, sempre alinhada com a fiscalidade do País. E da qual fazem, e farão, parte, tanto propostas a combustão e híbridos plug-in, como elétricos puros.
De resto e já a pensar no futuro, foi o responsável de Relações Públicas da MG para Portugal e Espanha, António Galve, que, na apresentação, fez questão de apontar a marca chinesa como “uma marca iceberg”. Na qual, tal como acontece vulgarmente com a massa de gelo que se encontra a boiar no oceano, “só temos à vista, neste momento, 10% da sua massa total”.
Assim e por revelar, estão, neste momento, “pelo menos, 20 novos modelos” que chegarão aos mercados de Portugal e Espanha, entre “2024 e 2025”, além de “três novos Full Hybrid” e cinco elétricos a bateria e híbridos plug-in (PHEV). Estes últimos, já para 2024.
Um “sonho” chamado Cyberster
Aliás e especificamente em 2024, o ano em que a MG comemora 100 anos de existência, a marca promete assinalar a data não somente introduzindo a nova tecnologia MG Hybrid nos mercados europeus, mas também e principalmente, apresentando, de forma oficial, aquele que é um dos modelos mais esperados da nova MG: o futuro desportivo topo de gama Cyberster. Um descapotável de dois lugares que a marca também exibiu, ao vivo e a cores, no evento em Lisboa, ao mesmo tempo que desvendada, em primeira mão, mais algumas informações.
Assim e segundo garantiu António Galve, o Cyberster chegará a Portugal no final do verão de 2024, mais concretamente, em setembro, estando já definido que será comercializado com duas baterias, de 64 e 77 kWh de capacidade, além de com tracção traseira ou integral. Sendo que, tudo aponta para que venha a dispor, igualmente, de uma variante hardtop, estilo coupé.
Já no domínio da tecnologia, a MG destaca o facto do roadster contar com um dos mais avançados microprocessadores da atualidade, o Snapdragon da norte-americana Qualcomm. O qual, por ser capaz de desempenhar até 8 mil milhões de operações por segundo, terá a seu cargo tudo o que tiver a ver com sistemas de electrónica no carro.
A gama atual
Entretanto e embora ainda sem poder contar com o muito aguardado Cyberster, a MG Motor não deixou de destacar aqueles que, atualmente, os pilares da sua ofensiva em Portugal – uma gama de seis modelos, dos quais, quatro são 100% elétricos, um é um híbrido plug-in, e o sexto conta com um motor exclusivamente a combustão. Sendo que todos eles estão já à venda em Portugal.
Começando, de resto e precisamente, pelo único modelo exclusivamente a combustão, o ZS 1000, trata-se da proposta de entrada na gama, equipada com um tricilíndrico de 999cc. a gasolina, a anunciar uma 111 cv e 160 Nm de binário. E que, além de uma caixa manual de seis velocidades, está disponível com um único nível de equipamento (Luxury), pelo preço de 22.790€.
A partir deste mesmo ZS, uma variante 100% elétrica (EV), que, disponível com dois tipos de bateria, LFP de 51 kWh e iões de lítio de 72 kWh, promete não somente dois níveis de potência (156 ou 177 cv), mas também uma capacidade de carregamento entre os 6,6 e os 94 kW. E que, igualmente com dois níveis de equipamento à mistura, Comfort e Luxury, está disponível a partir de 35.990€.
Como proposta híbrida plug-in, o SUV compacto EHS, proposta que recorre a um quatro cilindros 1,5 litros a gasolina de 162 cv, que, em conjunto com uma componente elétrica a propor mais 122 cv, permite anunciar uma potência combinada de 258 cv. A somar a estes predicados, uma bateria de 16,6 kW a anunciar 52 km de autonomia elétrica WLTP, assim como dois níveis de equipamento, Comfort e Luxury, tudo com um preço de entrada de 39.190€.
Ainda assim e como proposta de maior sucesso até ao momento, o MG4, um elétrico com potências entre os 170 e os 435 cv, baterias de 51, 64 e 77 kWh, além de autonomias WLTP entre os 350 e os 520 km. Modelo cuja abrangência se nota também nas versões – Standard, Comfort, Luxury, Luxury Long Range e XPower -, fazendo com que o preço comece nos 32.990€ e só termine nos 44.000€.
Já como única carrinha 100% elétrica, também no mercado, a MG5, proposta mais familiar com potências entre os 156 e os 177 cv, mas também com baterias entre os 51 e os 61 kWh, a prometerem autonomias WLTP que vão dos 320 aos 400 km. Proposta com os já conhecidos dois níveis de equipamento, Comfort e Luxury, está disponível a partir de 37.790€
Finalmente e como topo da gama, o SUV que, no nome – Marvel R -, remete para o universo dos super-heróis. Embora e neste caso, afirmando-se através de uma configuração de três motores elétricos, a prometerem potências entre os 180 e os 280 cv, e um binário entre os 410 e os 665 Nm, mas também fruto de uma bateria de iões de lítio de 70 kW, a anunciar autonomias WLTP entre os 402 e os 370 km. Proposto em três versões – Comfort, Luxury e Performance -, o Marvel R tem preços a partir de 45.690€.
Para todos estes modelos e versões, a promessa, ainda, de uma garantia geral de 7 anos ou 150.000 quilómetros.