Acabou a espera. Este é o Milano, o primeiro 100% elétrico da Alfa Romeo e o modelo que assinala o regresso da marca ao segmento B, onde já não estava desde o adeus ao Mito.
Isso, só por si, é suficiente para se perceber a importância que este lançamento tem para a Alfa Romeo. Afinal estamos a falar do maior segmento do mercado europeu.
Ganha ainda mais relevância se pensarmos que o Milano também estará disponível com variantes híbridas, tal como já acontece com os «irmãos» Fiat 600 e Jeep Avenger.
A diversidade de motorizações conta apenas parte da história, que pode ser visto como uma espécie de hatchback mais elevado e musculado. É que a Alfa Romeo não esconde a ambição e diz que o Milano tem “a melhor dinâmica de condução da sua classe”.
Isso é algo que só vamos poder confirmar quando o conduzirmos, daqui a alguns meses. Para já viemos conhecê-lo ao vivo a Milão, a cidade que viu nascer a Alfa Romeo e que agora lhe dá o nome.
Não lhe chamem SUV
Apesar das dimensões compactas — 4,17 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,5 m de altura — o Milano acaba por surpreender pela boa presença e excelente equilíbrio ao nível das proporções.
Desenhado no Alfa Romeo Centro Stile, o Milano começa logo por destacar-se pelas linhas suaves que apresenta. Contudo, é impossível não reparar nos vãos reduzidos, nos guarda-lamas musculados e, claro, na «cauda truncada», uma referência ao Giulia TZ.
Ainda assim, o elemento estético que mais vai dar que falar é mesmo a reinterpretação do icónico Scudetto da Alfa Romeo, que no Milano pode assumir duas variantes distintas, denominadas Leggenda e Progresso.
Graças a isso e à tradicional assinatura luminosa «3+3», o Milano promete não passar despercebido, sobretudo na variante Veloce, que lhe dá vias alargadas e jantes de 20’’.
Orientado para o condutor
No interior temos um habitáculo tipicamente Alfa Romeo, com uma boa atenção ao detalhe e com o condutor no centro de todas as atenções. Isso fica evidente ao nível da arrumação de todos os comandos, sempre ao alcance de quem vai sentado atrás do volante.
Atrás do volante encontramos um painel de instrumentos digital com 10,25’’, que continua a contar com o histórico design «telescópio» conhecido de outros modelos. Ao centro há um ecrã tátil — igualmente com 10,25’’ — que conta, entre outras coisas, com a integração do assistente virtual Hey Alfa e do ChatGPT.
Para acentuar a desportividade deste modelo a Alfa Romeo deu-lhe ainda saídas de ar condicionado com a forma de um Quadrifoglio (trevo de quatro folhas), que é o derradeiro símbolo de performance da marca, e bancos desportivos Sabelt.
Apesar do foco no condutor, o Milano tem soluções que certamente vão agradar aos restantes ocupantes, a começar logo nos muitos espaços de arrumação que esconde por todo o habitáculo.
Não se esgota aí. Na dianteira, a versão 100% elétrica do Milano esconde um compartimento de arrumação para os cabos de carregamento, sendo que na extremidade oposta, brinda-nos com a maior bagageira da sua classe: 400 l de capacidade de carga.
Promete ser referência dinâmica
Como referimos acima, a Alfa Romeo não faz por menos e diz que o Milano é capaz de oferecer “a melhor dinâmica de condução da sua classe”.
Para isso recorreu à mesma equipa de engenheiros que coordenou o desenvolvimento da dinâmica de condução do Giulia GTA, no centro de testes de Balocco, e a várias soluções técnicas específicas para a versão mais desportiva da gama denominada Veloce.
De acordo com a Alfa Romeo, o Milano Veloce tem a direção mais direta do segmento (14,6:1), uma suspensão desportiva rebaixada em 25 mm face aos outros, barras estabilizadoras dianteiras e traseiras específicas, discos de travão dianteiros com mais de 380 mm, pinças monobloco de quatro êmbolos, diferencial Torsen e jantes de 20″ «embrulhadas» em pneus de alto rendimento.
O Milano não dispensa ainda o tradicional sistema Alfa D.N.A., com vários modos de condução à escolha: o modo Dynamic atua sobre a direção e o acelerador, para uma experiência de condução ainda mais desportiva.
Elétrico, mas não só
O Milano é notícia por ser o primeiro modelo 100% elétrico da Alfa Romeo. Mas a oferta de motorizações não se esgota aí, já que também vai estar disponível com o novo sistema Hybrid 48V com 136 cv da Stellantis.
Nessa configuração, denominada Milano Ibrida (há que aplaudir o pragmatismo dos italianos nestas designações…), adota o 1.2 PureTech a gasolina — funciona de acordo o ciclo Miller —, que faz equipa com uma pequena bateria de iões de lítio, um sistema elétrico de 48 V e um motor elétrico com 21 kW (28 cv), que surge integrado na caixa automática de dupla embraiagem de seis velocidades.
Graças a este sistema, a Alfa Romeo garante que o Milano será capaz de andar mais de 50% do tempo em modo elétrico na cidade, sendo que as manobras de estacionamento e a condução a baixa velocidade serão sempre garantidas pelos «eletrões».
Mas porventura, a maior novidade deste Milano Ibrida é mesmo o facto de poder assumir duas configurações distintas: tração dianteira ou integral, graças ao sistema Q4 da Alfa Romeo.
Até 410 km de autonomia
Quanto ao Milano Elettrica, vai estar disponível com dois níveis de potência: 156 cv e 240 cv para o Milano Veloce.
Em ambos os casos contamos com uma bateria de iões de lítio com 54 kWh de capacidade, que na versão menos potente garante uma autonomia de até 410 km (ciclo combinado WLTP).
Quanto aos carregamentos, o Milano suporta velocidades de até 100 kW em corrente contínua (DC) — dos 10% aos 80% em apenas 30 min — e de até 11 kW em corrente alternada (AC).
Quando chega e quanto custa?
As encomendas do Alfa Romeo Milano abrem no próximo dia 12 de maio para a versão Elettrica, sendo que o Milano Ibrida ficará disponível cerca de um mês depois.
Os preços são ainda indicativos. Para a variante 100% elétrica deverão arrancar nos 38 500 euros, enquanto o da versão híbrida deverá ficar abaixo dos 30 mil euros.
As primeiras entregas estão previstas para o quarto trimestre deste ano, mas o Milano Veloce só será lançado em 2025.