
A decisão permite eliminar os custos acrescidos pelas tarifas impostas pela União Europeia (UE) sobre automóveis importados da China: além do imposto padrão de 10% sobre importações, Bruxelas aplica agora taxas suplementares que podem chegar a 35,3% para os casos mais penalizados. A Xpeng, considerada uma empresa “cooperante” na investigação de subsídios chineses, estaria sujeita a um acréscimo de 20,7%.
Produção em Graz
Os primeiros modelos — os crossovers G6 e G9 — já começaram a sair da linha de produção da Magna Steyr em Graz, na Áustria. A mesma unidade onde é produzido o Mercedes G-Class e o BMW Z4, bem como o já descontinuado Jaguar I-Pace e o famigerado Fisker Ocean.
Com esta decisão, a Xpeng ganha a corrida de produzir em solo europeu, reduz o risco de investimento e aproxima-se diretamente dos consumidores locais.
Fundada em 2014, a Xpeng vendeu quase 200 mil carros em 2023 e diversificou-se para áreas como aviação elétrica, robótica e inteligência artificial. Na Europa, iniciou operações na Noruega em 2021 e já está presente em mais de 46 países e regiões.
As exportações globais atingiram 18.701 unidades nos primeiros sete meses de 2024, um aumento de 217% face ao ano anterior. Só na Europa, a marca registou mais de 8.000 matrículas no primeiro semestre.
O papel do G6 no mercado europeu
O G6 é o modelo mais popular da Xpeng na Europa, responsável por dois terços das vendas. Rival direto do Tesla Model Y, destaca-se pelo sistema de 800 volts, capaz de carregar de 10 a 80% em apenas 10 minutos, com potência até 451 kW.
A produção em larga escala do G6 e do G9 arranca no próximo mês, coincidindo com os planos da rival chinesa BYD, que abrirá uma fábrica na Hungria até ao final do ano.
A Xpeng já sinalizou que pretende localizar a produção de mais modelos assim que a parceria com a Magna Steyr estiver plenamente operacional. A aposta reforça a pressão sobre os fabricantes europeus, que continuam a pedir à UE mais flexibilidade na meta de banir motores de combustão em 2035.
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