Numa altura em que tanto se discute a proibição ou não dos veículos com motor de combustão a partir de 2035 e quando os construtores anunciam fortes investimentos em novos modelos elétricos, a procura desse tipo de viaturas ainda está aquém das expetativas, obrigando algumas marcas a reverem a sua oferta.
Caso paradigmático é o Reino Unido, onde a Citroën suspendeu a comercialização das versões de passageiros do Berlingo em 2020, na sequência da chegada ao mercado da variante elétrica ë-Berlingo.
Cerca de três anos depois, a marca do double chevron anuncia o regresso das motorizações de combustão do Berlingo MPV a Terras de Sua Majestade devido à elevada procura por parte dos consumidores britânicos.
“Apesar do ë-Berlingo estar a conhecer um sucesso considerável desde o seu lançamento, tem persistido a procura das variantes a gasolina e a gasóleo”, justifica a Citroën do Reino Unido.
Gasolina e diesel
“Com o empenhamento da Citroën em proporcionar uma oferta de mobilidade acessível a todos, a marca está agora encantada por reintroduzir estas motorizações na gama, dando às frotas e aos clientes particulares um leque mais alargado de escolha de veículos”.
Assim, a Citroën vai disponibilizar o motor a gasolina de três cilindros 1.2 PureTech de 110 cv e o quatro cilindros diesel 1.5 BlueHDi de 100 cv, ambos associados a uma caixa manual de seis velocidades. Uma terceira opção consiste na motorização diesel de 1,5 litros com 130 cv com caixa automática de oito velocidades.
No Reino Unido estarão disponíveis dois níveis de equipamento – Feel e Flair XTR – com carroçaria M, que tem um comprimento de 4,4 metros, uma largura de 1,9 metros e lotação para cinco adultos.
Resta saber se esta decisão da Citroën no Reino Unido se vai estender a outros mercados europeus, onde a procura por veículos do tipo mini-MPV com motores de combustão ainda é elevada e a oferta da marca está limitada à versão elétrica. Será de referir que alguns dos principais concorrentes como a Ford, Mercedes-Benz, Nissan, Renault, Toyota e Volkswagen estão presentes neste segmento com veículos de combustão.
Críticas da Volvo
Quem parece estar pouco satisfeita com o impasse na legislação europeia sobre a proibição da venda de veículos de combustão a partir de 2035 é a Volvo Cars que apostou todas as “fichas” nos elétricos.
O CEO da Volvo Jim Rowan criticou a Alemanha, a Itália e outros países europeus por tentarem enfraquecer os planos da União Europeia para impedir a venda de veículos novos com motores de combustão.
O presidente executivo da Volvo Cars afirmou que o estabelecimento de um objetivo de emissões zero para todos os ligeiros de passageiros e mercadorias demonstra a liderança climática da União Europeia “numa altura crítica para o planeta e a humanidade”.