Ainda permanecem 19 feridos no Hospital Dr. Nélio Mendonça, que enviou um comunicado a fazer o ponto de situação:
Cinco vítimas foram submetidas a intervenções cirúrgicas “no âmbito da especialidade de ortopedia e cirurgia geral”: duas portuguesas — os dois únicos feridos de nacionalidade portuguesa — e três estrangeiros. “Ainda durante o dia de hoje [quinta-feira] está prevista uma intervenção cirúrgica numa vítima de nacionalidade estrangeira”, informa o hospital em comunicado.
A hora e o local do acidente: Por volta das 18h30, um autocarro que circulava na curva da Estrada da Ponta da Oliveira e a Rua Alberto Teixeira, na zona de Caniço, em Santa Cruz, caiu em cima de uma habitação. No local, estiveram 19 viaturas, entre elas unidades de desencarceramento, duas viaturas de intervenção rápida e várias ambulâncias, e 44 operacionais.
Que autocarro era este e para onde ia: O autocarro pertencia à empresa SAM — Sociedade de Automóveis da Madeira, fretado pela Travel One, e transportava 55 passageiros, maioritariamente turistas alemães. O grupo tinha saído do hotel Quinta Splendida e dirigia-se para um no restaurante Livramento, no Funchal, para um jantar tipicamente madeirense.
As vítimas mortais: Até ao momento foram contabilizadas 29 vítimas mortais, tendo uma delas ainda sido transportada para o hospital, mas não resistido aos ferimentos. Tratam-se de 11 homens e 18 mulheres. As vítimas eram de nacionalidade alemã e tinham entre os 40 e os 50 anos.
Os corpos das vítimas mortais vão ser autopsiados num necrotério que foi ativado por baixo da pista do Aeroporto da Madeira, avançou o jornal Público.
Os feridos: Há também 27 feridos, confirmou Pedro Freitas, diretor adjunto da direção clínica do hospital Doutor Nélio Mendonça, no Funchal. Entre estes feridos estão dois portugueses: a guia turística e o motorista da viatura. Não há crianças entre os feridos e todos foram transportados para o Hospital Doutor Nélio Mendonça.
Dos feridos que deram entrada no hospital, três foram para o bloco operatório, três encontram-se na sala de observações do serviço de urgência do hospital, 20 estão em observação também no serviço de urgência mas numa área menos monitorizada e dois já tiveram alta.
Até ao momento, não houve necessidade de transferir os feridos para outros hospitais.
Ministério Público abre inquérito: O Ministério Público (MP) determinou a abertura de um inquérito na sequência do acidente, disse à agência Lusa a magistrada do MP coordenadora da Comarca da Madeira. “O MP já tomou todas as medidas que legalmente tem de tomar. Já foi ordenada a abertura de um inquérito e a realização de todas as diligências necessárias à recolha de prova”, afirmou Maria de Lurdes Correia.
Segundo Maria de Lurdes Correia, o MP pediu ainda “apoio à Polícia Judiciária para a identificação dos corpos em colaboração com o Gabinete Médico-Legal e Forense do Funchal”.
Linhas de apoio: Depois do acidente, foram criadas três linhas de apoio: 291 705 659 / 291 705 778 / 291 705 679. O serviço hospitalar acionou também um plano de emergência que permitiu um gabinete de apoio na consulta externa num local próximo do serviço de urgências. O serviço de saúde apelou à população para recorrer ao serviço de urgência apenas em serviços urgentes ou emergentes.
Força Aérea tem três aviões prontos a descolar: A Força Aérea Portuguesa tem três aeronaves prontas a descolar para a Madeira, caso sejam ativadas. “A Força Aérea preparou já dois Falcon 50 e um C-295M, bem como equipas médicas, para prestar auxílio às vítimas da tragédia na Madeira, no caso destas necessitarem de transporte urgente para o continente”, escreveu a Força Aérea no Twitter.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, adiou a sua deslocação à Madeira para dar prioridade ao transporte aéreo de feridos. Em declarações no exterior do Palácio de Belém, em Lisboa, em direto para o Telejornal da RTP, o chefe de Estado disse que era sua intenção viajar de imediato para o Funchal, num avião da Força Aérea Portuguesa, “mas surgiu uma prioridade” que o levou a adiar a deslocação.
“Eu fui muito sensível a essa prioridade, que é a necessidade de os aviões, nomeadamente o avião que ia utilizar da Força Aérea Portuguesa, poder ser utilizado para transportar feridos. E sendo necessários os dois, isso tem prioridade. É muito mais importante haver o acorrer aos feridos do que o Presidente partir hoje”, justificou. “Portanto, irei, mas não irei imediatamente, porque há essa prioridade”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Apoio psicológico: Desde o momento em que se deu o acidente, as autoridades disponibilizaram uma equipa de psicólogos para acompanhar os familiares e amigos das vítimas que seguiam num outro autocarro turístico com o mesmo destino. O apoio psicológico está também a ser dado a uma família que estava perto do local e viu todo o acidente.
As circunstâncias do acidente: Embora se suspeite que as causas do acidente estarão num problema mecânico, mais concretamente com os travões do autocarro, nenhuma informação relativa às causas que provocaram o acidente foi ainda confirmada. O vice-presidente do Governo Regional da Madeira garantiu, entretanto, que o autocarro turístico tinha cinco anos e “estava devidamente inspecionado”.
Pedro Calado lembrou também que “os acidentes podem acontecer e acontecem”. “O facto de ter havido aqui um acidente é de lamentar, é de lamentar todas as vitimas, mas onde há uma estrada, há um automóvel, e onde há uma estrada e um automóvel pode haver um acidente”, referiu.
A empresa proprietária do autocarro acidentado manifestou também “profundo empenho” para que se apurem todos “os factos, causas e responsabilidades” e disponibilidade para colaborar com as autoridades. Num comunicado enviado à agência Lusa, a SAM – Sociedade de Automóveis da Madeira, proprietária do autocarro que foi fretado pela Travel One, apresenta as “mais sentidas condolências, a todos os familiares e amigos das vítimas do mesmo”.
“É nossa vontade e profundo empenho que se obtenha o absoluto apuramento de todos os factos, causas e responsabilidades do acidente e, desde já, manifestamos que daremos inteira colaboração às autoridades encarregues das investigações que se vão seguir”, afirma.
A identidade das vítimas: Apesar de se saber que as vítimas mortais são de nacionalidade alemã, bem como grande parte dos feridos, ainda não se sabe quem são estas vítimas, nem a sua história.
Ainda não há informação de quando é que os corpos vão poder ser trasladados para a Alemanha, uma vez que ainda está a ser feita a respetiva identificação. Como o Ministério Público abriu um inquérito às causas do acidente, terá também que autorizar esta trasladação.
Notícias Relacionadas