A futura Ponte D. António Francisco dos Santos terá ligação ao nó de Oliveira do Douro do IC23 (A44) e à Avenida de D. João II (VL9), em Gaia. A rede viária, a rasgar na encosta de Oliveira do Douro, custará cerca de quatro milhões de euros e avançará em simultâneo com a construção da travessia sobre o rio Douro. A expectativa é de que Porto e de Gaia tenham nova conexão até 2023.
O estudo, elaborado pelos serviços municipais de Gaia, traça uma via com perfil semelhante ao da ponte, que desembocará na Rua de Sá, passando por baixo do IC23 (A44). O acesso à autoestrada será feito pela Rua do Bolhão, através do nó de Oliveira do Douro. Esta ligação permitirá que os automobilistas prossigam viagem na autoestrada rumo ao Freixo ou na direção oposta, rumo à zona comercial da Barrosa (onde está o Gaiashopping) e a Valadares.
Saídas para outras freguesias
A meio da encosta, a nova rua terá duas derivações. Daí, nascerá o acesso local à Formigosa e uma estrada que levará os condutores até à Avenida de D. João II (VL9). A entrada na avenida que desemboca na Ponte do Infante será feita pela rotunda junto à Real Companhia Velha e da megastore de vinho Onwine. Os acessos à ponte farão a articulação com o trânsito local, estabelecendo "duas saídas rápidas" para outras freguesias, observa Eduardo Vítor Rodrigues.
O presidente da Câmara indica que, inicialmente, avaliou-se a possibilidade de rasgar apenas a ligação ao IC23, mas, por mais um milhão de euros, garante-se também a conexão à VL9 e à Ponte do Infante. O investimento rondará os quatro milhões, incluindo as expropriações. "Vamos tentar negociar a cedência de terrenos, dando como contrapartida capacidade construtiva" na parte superior da encosta, tal como prevê o Plano Diretor Municipal (PDM), sublinha. No terreno junto ao rio, a urbanização não é permitida.
Os concursos de conceção da ponte e de execução dos projetos das especialidades e de construção dos acessos em Gaia serão separados, mas ambos avançarão em outubro. Eduardo Vítor Rodrigues acredita que será possível concluir as intervenções no final de 2022 ou no início de 2023.
O estudo municipal da rede viária da encosta de Oliveira do Douro propõe uma segunda fase, posterior a 2023. Projeta-se uma "pequena rua local" entre a VL9 e a marginal, construída a partir de vielas e arruamentos existentes. A artéria poderá ficar apenas para peões e bicicletas. A decisão ainda não é definitiva. Também avançará a VL10 entre a Rua do Bolhão (e o acesso ao nó do IC23/A44) e a Junta de Oliveira do Douro, com um custo estimado de 1,5 milhões.
Porto fará ligação a Campanhã
No lado do Porto, a nova ponte "amarrará" na marginal, que vai passar a ter uma ligação à cota alta de Campanhã. Na última reunião de Câmara, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, referiu que as redes de ruas já estão previstas no PDM e que o canal de ligação irá passar pelas áreas das ruas da China e da Agra, possibilitando ainda ligações com o novo terminal de Campanhã e o antigo matadouro.
Não foi avançado o investimento necessário para esta nova rede viária, nem datas para os concursos. Pedro Baganha explicou que a localização da ponte responde a um "critério oportunista" - é dos pontos mais estreitos do rio e o vale do Freixo é o primeiro a montante da Ponte Luís I que permite uma ligação entre cotas - e a um "critério político e estratégico": permitirá reequilibrar a cidade e transformar Campanhã.
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