A notícia é avançada pelo site Carscoops, com base em informações inicialmente divulgadas pela publicação alemã Automobilwoche, segundo as quais a estratégia do revendedor acabou tendo como resposta a entrada em cena do departamento jurídico da Volkswagen, que recorreu a tribunal exigindo, não só, que os veículos não possam ser comercializados, mas também a sua destruição.
Nas suas alegações, o construtor alemão aponta o facto dos modelos produzidos na China não apresentarem certos requisitos legais em vigor na Europa, como é o caso, por exemplo, do sistema automático de chamada de emergência.
Entretanto e embora o processo ainda não esteja terminado, a Volkswagen conseguiu já que um tribunal de primeira instância lhe desse razão e determinasse a apreensão dos veículos. Sendo que, neste momento, o destino dos automóveis mantém-se incerto, já que o revendedor recorreu da primeira decisão e acredita ter um argumentos para vencer em tribunal.
Contudo e segundo as mesmas fontes, a jurisprudência não parece favorecer o concessionário, o qual, embora alegue que importou os veículo de forma legal e com autorização das autoridades alemãs, terá contra si outras decisões judiciais tomadas em processos similiares. Como aconteceu, por exemplo, com a Hyundai, em que os veículos eram importados, de países de Leste não pertencentes à União Europeia, para a Europa Ocidental.
Nesse caso em concreto, a decisão final da Justiça alemã acabou sendo a favor das pretensões do construtor sul-coreano.
Revendedor acusa Volkswagen de querer fazer dele exemplo
Ainda assim, o concessionário alemão responsável pela importação dos 22 ID.6 defende que a Volkswagen pretende, acima de tudo, fazer de si um exemplo, de forma a que mais nenhum revendedor automóvel possa vir a querer importar veículos directamente da China.
A justificar esta vontade, está o facto dos revendedores puderem comprar os veículos muito mais baratos na China, onde a intensa concorrência existente no mercado chinês veio fazer com que, por exemplo, o mesmo ID.3 novo que na Alemanha custa 40 000€, possa ser adquirido na China a partir de 16 000€. Tal como o ID.7 Vizzion, que na Alemanha tem um preço de entrada de 56 995€, pode ser comprado por 30 800€ no mercado chinês.
Igualmente a justificar a sua decisão, o revendedor afirma que os carros que adquiriu estavam já destinados à exportação, o que facilitava a sua adequação ao mercado europeu. Sendo que, uma vez feitas algumas modificações e atualização de software, a empresa teria já a garantia da parte da autoridade alemã dos transportes, de que seria possível legalizá-los e revendê-los.
Infelizmente, a Volkswagen não pensa o mesmo e, agora, é o audacioso revendedor que está metido em problemas, cuja resolução pode levar a elevados prejuízos; não apenas o dinheiro investido na aquisição, mas também cerca de 15 000€ que, segundo o mesmo, custará a destruição de cada um dos ID.6, caso seja essa a decisão do tribunal…