Novo Smart #5 revelado. Tarifas ameaçam disponibilidade na UE

A Smart acabou de apresentar, na Austrália, a versão de produção do #5, o maior e mais potente modelo da marca até aos dias de hoje — a Smart dos pequenos citadinos que conhecíamos parece ter ficado definitivamente no passado.

O #5 é mesmo grande. Com mais 305 mm que o #3 — 4705 mm de comprimento e uma distância entre eixos de 2900 mm —, o #5 eleva a marca até ao segmento D-SUV, competindo com modelos como o Tesla Model Y ou, considerando as ambições premium da marca, o novo Audi Q6 e-tron.

O modelo já tinha sido antecipado na China e pela própria marca — com «fotos-espia» oficiais — e demarca-se dos outros Smart pelas suas linhas mais «quadradas», tema que se estende aos grupos óticos: os contornos são trapezoidais, mas continuam a estar unidos por uma fina faixa LED.

Ecrãs, ecrãs por toda a parte
O interior do novo #5 demarca-se dos restantes Smart por estar totalmente preenchido com ecrãs, três no total.

O que está imediatamente à frente do condutor serve de painel de instrumentos e tem 10,3″, com mais dois ecrãs de 13″ cada — um central e outro para o passageiro —, dedicados ao sistema de infoentretenimento. Além disso, há ainda um head-up display com realidade aumentada, de 25,6″.

Para acedermos a funções como ar condicionado, mudar de música ou a navegação no SUV, podemos dispensar os ecrãs. O #5 vem equipado com um assistente de voz com inteligência artificial que permite aceder a essas e outras funções.

Espaço e versatilidade
Grande por fora e grande por dentro é o que promete o novo Smart #5. A marca anuncia uma segunda fila com oferta muita generosa de espaço, como atestam os 1,06 m de altura medidos do assento ao teto.

Além disso, os bancos traseiros são ainda aquecidos, as costas podem ser ajustadas em inclinação, tem cortinas elétricas e luzes de leitura em LED à semelhança das que encontramos em aviões. A Smart anuncia ainda uma elevada versatilidade de uso, onde é possível ajustar todos os assentos para criar diferentes tipos de áreas de descanso: “king-size, queen-size ou solteiro”.

Também parece haver espaço suficiente para levar tudo e mais alguma coisa. Há uma frunk (bagageira dianteira) com 72 l, 34 compartimentos de arrumação e a bagageira, com os bancos traseiros rebatidos, anuncia 1530 l de capacidade.

O Smart mais potente de sempre
A Smart optou por não revelar ainda as especificações finais do #5, mas irá contar, desde logo, com duas versões: Summit Edition de tração integral e Premium+ de tração traseira.

Não obstante, recordamos que de acordo com o anunciado em junho pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação Chinês (MIIT), a oferta motriz deste modelo se declina em duas versões com 250 kW (340 cv) e outra 267 kW (363 cv), para as versões de tração traseira; e outras duas versões com 432 kW (587 cv) e 475 kW (646 cv) para as de tração integral.

São valores de potência inéditos num Smart e até superiores (no caso das versões de tração integral) aos que temos visto na concorrência, premium ou não.

Tal como os restantes Smart, também o #5 assenta sobre a plataforma SEA2 da Geely — exclusiva para automóveis 100% elétricos —, tendo uma arquitetura de 800 V, tal como acontece com os sul-coreanos IONIQ 5 e EV6. O que antecipa carregamento superrápidos.

Também através do MIIT ficámos a saber que o novo Smart #5 poderá ter baterias de iões de lítio com químicas distintas: LFP (fosfato de ferro-lítio) e NMC (níquel, manganês, cobalto). No caso desta última, apresentava-se com mais de 100 kWh de capacidade, não se sabendo a sua autonomia em ciclo WLTP.

Chegada à Europa prevista, mas com incertezas
O novo Smart #5 irá começar a sua carreira na Ásia no outono, com a chegada à Europa prevista apenas para o início de 2025.

No entanto, em declarações à Automotive News Europe, a Smart ainda não tomou uma decisão final sobre os preços do #5 para o «velho continente» ou os mercados europeus que o vão receber: “um dos aspetos chave para o lançamento deste modelo na União Europeia são as tarifas aos elétricos produzidos na China”.

Só em novembro é que serão afixadas as tarifas de importação definitivas sobre os elétricos produzidos na China. Até lá, a Smart está sujeita a uma taxa de 19,9%, sobre os 10% já existentes.