arca com forte tradição no segmento dos veículos comerciais na Europa, designadamente com modelos já históricos como o Cabstar ou a Vanette, Nissan acaba quer recuperar algum do protagonismo perdido no segmento com lançamento de propostas como o Townstar, introduzido em 2022, e agora com a nova geração do Interstar. A oferta será reforçada em 2026 com um novo modelo de dimensões médias.
Com mais de 126 mil unidades vendidas das gerações anteriores do Interstar e NV400 desde 2002, a nova gama insere-se no segmento dos furgões e chassis-cabina com pesos brutos das 3,3 toneladas às 5,0 toneladas.
Numa primeira fase, a gama será proposta em dois comprimentos de carroçaria, com 5,68 metros (L2) e 6,31 metros (L3), e duas alturas de tecto, com 2,5 metros (H2) e 2,75 m (H3), as quais estarão associadas a variantes de tração dianteira.
Os volumes úteis de carga disponíveis situam-se entre os 10,8 m3 e os 14,2 m3. Mais tarde chegarão dos derivativos longos (L4), com 6,88 metros, que oferecem volumes úteis de 14,9 m3 a 17 m3, podendo chegar aos 22 m3, na variante chassis-cabina com cargo box.
Oferta começa nos diesel
A comercialização da gama Interstar arranca com a oferta de motorizações diesel, baseadas no conhecido bloco de 2,0 litros da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, que estarão disponíveis em quatro níveis de potência - 105 cv, 130 cv, 150 cv e 170 cv -, estando associadas a uma caixa manual de seis velocidades ou, em opção, nas duas variantes mais potentes a uma transmissão automática de nove relações, de origem ZF.
Apesar da forte aposta da Nissan na mobilidade elétrica, a marca refere que continua a manter a oferta diesel neste segmento para conquistar clientes porque atualmente 93% das vendas assenta em motores de combustão, mas sublinha que já se verifica um crescimento nos elétricos.
Para responder ao aumento previsível da procura, que estará associada ao crescimento de zonas de emissões zero em muitas áreas urbanas, a oferta da Nissan contempla a disponibilização de versões elétricas, designadas como Interstar-e.
O motor elétrico desenvolve um binário de 300 Nm, mas está disponível em dois níveis de potência, 130 cv (93 kW) e 143 cv (105 kW), os quais estão associados a baterias de iões de lítio com capacidades de 40 kWh e 87 kWh, respetivamente.
Na primeira alternativa, a autonomia anunciada é de aproximadamente 200 quilómetros e a segunda de 460 quilómetros e, segundo a Nissan, será esta última a ter uma maior expressão de vendas. Em ambos os casos, a velocidade máxima está limitada a 110 km/h, com homologação N1, e 90 km/h, com N2.
Em termos de consumo, a marca anuncia uma média combinada de 21,0 kWh/100 km, embora num curto ensaio realizado nos arredores de Barcelona com condições atmosféricas ao volante de um furgão L2H2 com lastro de 400 quilos no compartimento de carga, o computador de bordo tenha indicado um valor de 26,7 kWh/100 km. Já a versão equivalente com motor 2.0 dCi de 150 cv, o consumo registado foi de 8,2 l/100 km, mesmo assim acima dos 7,4 l/100 km comunicados pela marca.
Imagem imponente
Se exteriormente praticamente não se consegue fazer a distinção entre uma versão diesel ou uma elétrica, com exceção da tampa para a tomada de carregamento localizada à frente da porta do passageiro no caso da versão elétrica, o caso muda de figura quando se trata do habitáculo.
Não obstante ter sido desenvolvido pela Renault e partilhar com o novo Master, eleito “International Van of the Year” de 2025 por um painel de jornalistas da imprensa especializada europeia, o Interstar distingue-se esteticamente do seu “primo” francês pela secção frontal imponente, que adota a linguagem de design V-Motion. O elemento distintivo é a enorme grelha por baixo do capot com barras horizontais, ladeadas por grupos óticos em LED com assinatura luminosa em forma de C.
As linhas da carroçaria foram desenhadas para otimizar a eficiência aerodinâmica, incluindo mesmo os tampões das rodas. A marca reivindica uma redução de 20% no arrasto aerodinâmico relativamente ao modelo anterior.
O painel de instrumentos é analógico no caso da versão diesel e a alavanca da caixa de velocidades encontra-se na consola central, enquanto na elétrica é digital e o seletor dos programas de condução está localizado atrás do volante, dispondo ainda de um modo B para uma maior intensidade do sistema de travagem regenerativa.
Em ambos os casos, a cabina é espaçosa e moderna, proporcionando um ambiente agradável a condutor e passageiros. Algumas versões oferecem 135 litros de espaço para arrumação de objetos. A consola central integra um ecrã tátil para o sistema de informação e comunicação, sendo compatível com Apple CarPlay e Android Auto.
Por baixo do ecrã tátil podem ser encontrada um fileira de botões para trancar ou destrancar as portas ou para ativar o modo Eco, por exemplo, enquanto a climatização por ser regulada por comandos giratórios.
Conforto ao volante
O conforto da condução é garantido por um reduzido raio de viragem das rodas, permitindo facilitar as manobras em espaços apertados, enquanto os diversos sistemas de assistência também dão uma preciosa ajuda.
O sistema de prevenção da colisão frontal é de série, assim como o programa eletrónico de estabilidade, o assistente de manutenção na faixa de rodagem ou os sensores de estacionamento traseiros.
O Nissan Interstar recebeu um sistema de travagem hidráulico inovador, comandado eletronicamente, que graças a uma mesma unidade compacta não só poupa peso, mas também melhora a travagem, proporcionando aos utilizadores uma travagem consistente, independentemente da carga no veículo. Será de referir que este modelo recebeu a classificação máxima de Platina atribuída pelo Euro NCAP para veículos comerciais.
A Nissan oferece uma garantia de fábrica de cinco anos para o Interstar e de oito anos para a bateria da versão elétrica.
Relativamente ao mercado nacional, os preços previstos para a nova gama Interstar ainda não são conhecidos.
