A Honda em Portugal mudou de mãos, oficialmente, há um ano e poucas semanas (oficialmente desde 1 de abril de 2017, o que até deu azo a algumas brincadeiras...) e desde então tem estado a recuperar de algum maltrato que a marca sofreu, sendo o rosto mais visível o de Sérgio Ribeiro, o CEO da nova Honda Motor de Portugal.
Foi ele que fez o balanço do primeiro ano, destacando o que o Civic tem feito internacionalmente.
Pode parecer que não interessa para nada a performance do Civic no mercado mundial, mas é um indicador que permite perceber como a décima geração do modelo icónico da Honda é um bom produto. Contas feitas, o Civic foi o quarto modelo mais vendido em 2017 com 819 mil unidades, um crescimento de 21,7% face ao ano anterior. Já em Portugal, apesar de não terem carro a gasóleo e, por consequência, nenhuma proposta para o mercado das frotas, conseguiu a equipa liderada por Sérgio Ribeiro aumentar as vendas do Civic nada menos que 28% face a 2017, no primeiro trimestre.
Enfim, a Honda tem estado a crescer e a progredir e com a introdução da novidade diesel, passa a haver uma resposta para o mercado frotista e para os irredutíveis adeptos dos carros a gasóleo.
Olhando para o modelo, nada de novo existe a não ser o bloco turbodiesel, uma evolução do excelente propulsor 1.6 litros turbodiesel já conhecido de anteriores gerações. Como já sabem, o Civic tem uma plataforma totalmente nova, o novo modelo consumiu tempo e a maioria dos recursos destinados à pesquisa e desenvolvimento e a Honda quis afastar-se um pouco do estilo nave espacial em favor de um design mais conservador. Não foi totalmente feliz, mas isso terá de ler o primeiro ensaio ao modelo que realizei entre Lisboa e Óbidos.
Voltando ao motor Earth Dreams do Civic, manteve os 120 CV e os 300 Nm de binário às 2000 rpm, sendo todo feito em alumínio. Sem recurso a AdBlue, mas com melhorias na conversão do óxido de azoto (NOx), os engenheiros da Honda reclamam, já ao abrigo das novas regras de medição de consumos e emissões poluentes, consumo de 3,5 l/100 km e 93 gr/km de CO2. Os homens da Honda escovaram 280 gramas ao motor, uma redução de 2%. O turbo foi revisto, a injeção também e, no final do dia, a Honda realizou mais um excelente trabalho. Para acompanhar as alterações ao motor, a Honda melhorou a caixa de velocidades, o sistema "stop/start" e ainda este ano chegará à gama Civic uma caixa automática de 9 velocidades.
Em resumo, a Honda reclama que o novo motor cumpre com as normas anti poluição Euro6D, testes WLTP e RDE, é mais conveniente pois não usa AdBlue, é económico fazendo fé nos 3,5 litros por cada centena de quilómetros percorridos e é cómodo pois o trabalho feito na redução nas vibrações e do nível de ruído interior foi intenso e proveitoso. E se compararmos com o motor de 2016, percebemos que o Civic está mais rápido no 0-100 km/h (9,8 contra 10,2 segundos), poupa 0,1 litros na média ponderada e 0,2 litros em ambiente urbano, emite menos 1 gr de CO2/100 km e diminui 6,5 dB em termos de ruído. A manutenção programada continua nos 20 mil quilómetros.
A gama do Civic diesel, para já, não tem a versão Sedan de quatro portas (já disponível com o motor 1.5 Turbo com 180 CV) e articula-se em redor de quatro níveis de equipamento: Comfort (com o Honda Sensing, conectividade, ar condicionado automático e jantes de liga leve de 16 polegadas), Elegance Navi (acrescenta a conectividade com sistema de navegação, câmara traseira, faróis de nevoeiro e jantes de liga leve de 17 polegadas), Executive (acrescenta aos anteriores, teto de abrir panorâmico, suspensão adaptativa, sistema de aviso do ângulo morto, full LED e áudio premium) e o Executive Premium (adiciona bancos em pele e carregamento sem fios do smartphone). Os preços começam nos 27.300 euros do Comfort, passam pelos 29.450 euros do Elegance Navi, os 32.330 euros do Executive e terminam nos 33.230 euros do Executive Premium.
Se aproveitar o incentivo á retoma e fizer o financiamento através do BBVA, a nova financeira da Honda Motor de Portugal, terá um desconto de 4 mil euros, pelo que a versão base ficará pelos já referidos 23.300 euros. E se olharmos à concorrência mais expressiva – VW Golf 1.6 TDI 115 Confortline (29.887 euros), Peugeot 308 1.5 Blue HDI 130 Allure (30.710 euros), Renault Megane 1.6 dCi 130 Intense (29.836 euros), Opel Astra 1.6 CDTi Innovation (28.420 euros) e o Mazda 3 1.5D 105 CV Excellence Navi (27.897 euros) – o preço do Civic é excelente, olhando ao equipamento que oferece de série. Todos estes preços são sem pintura metalizada e despesas de legalização.
E porque as frotas são tão importantes em Portugal, a Honda criou uma versão exclusiva para empresas (não está á venda ao público) denominada Civic Pro Edition. O preço está abaixo dos 25 mil euros (primeiro escalão da tributação autónoma, 10%), está baseado nas variantes Comfort e Connect Navi e estará disponível em setembro, ficando para outras núpcias a extensão desta série especial frotas à versão Sedan.
Finalmente, a Honda apresentou um a série especial feita com base no Honda Civic Type R denominada Civic Type R #18 Tiago Monteiro. É uma espécie de homenagem ao piloto português que compete com a Honda no Mundial de Turismos (com um Civic TCR). Estarão disponíveis 18 unidades, que serão todas pintadas com a cor Branco “Championship”, terão as capas dos espelhos pintadas de vermelho como sucede com os carros de competição do Tiago Monteiro na Honda, spoiler traseiro e pilar B em carbono, bancos personalizados com a mesma inscrição da placa que numera esta série especial (onde está o #18 e a assinatura do Tiago), um escape Remus mais vocal e umas placas colocadas nas portas com o #18 o nome e a assinatura do piloto. Custa 55.900 euros (mais 6 mil euros que o carro normal).
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