Elevador da Glória descarrila e provoca tragédia no coração de Lisboa

3 months atrás - 4 Setembro 2025, Jornal de Notícias
Elevador da Glória descarrila e provoca tragédia no coração de Lisboa
O descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, provocou 15 vitimas mortais, além de 18 feridos, cinco deles em estado grave. Uma tragédia, ontem, ao final da tarde, no coração da cidade de Lisboa, "em luto", segundo Carlos Moedas, líder da edilidade.

A natureza da falha não é ainda conhecida, mas a Carris, empresa que explora a infraestrutura, assegurou, através do seu presidente, que a manutenção do elétrico é assegurada "escrupulosamente". O Governo decretou um dia de luto nacional e a Câmara de Lisboa três dias. Carlos Moedas participa hoje na reunião do Conselho de Ministros a convite de Luís Montenegro.

O acidente abrangeu vítimas de várias nacionalidades, tendo o Governo espanhol já confirmado dois feridos. As vítimas - entre as quais está uma criança, com ferimentos leves - foram assistidas em vários hospitais de Lisboa. O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses ativou a equipa de desastres de massa, pretendendo ter realizadas as autópsias dos 15 mortos até hoje de manhã.

A Câmara mandou suspender a atividade de todas as estruturas semelhantes (Bica, Lavra e Graça).

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) assegurou que vai realizar uma ação de supervisão ao descarrilamento, pretendendo divulgar os resultados "com a maior celeridade possível". O Ministério Público abriu um inquérito e a Polícia Judiciária está a investigar o caso. Fernando Nunes da Silva, especialista em engenharia e ex-vereador da Câmara de Lisboa, disse à SIC que a possível causa do acidente terá sido o rebentamento de um cabo de tração, que consequentemente fez com que o elevador perdesse o controlo.

O presidente da Câmara de Lisboa mandou suspender "de imediato" as operações dos ascensores da Bica e do Lavra e do Funicular da Graça, para os equipamentos serem inspecionados.

Conta quem viu

O acidente causou o pânico na Praça dos Restauradores, ponto final do trajeto. Teresa d"Avó foi uma das primeiras pessoas a chegar ao Elevador da Glória depois do acidente, cerca das 18 horas. E foi quem deu o alerta junto de um elemento da PSP nas redondezas. Ao JN refere o "embate muito forte" da cabina de baixo, que estava a pouca distância de terminar o percurso, e a descida desgovernada da outra cabina que tombou e bateu num prédio, tendo atingido um homem que estava no passeio.

"Foi um embate muito forte. Havia feridos, estava cheiíssimo, ouvi crianças e fomos ajudar as pessoas daqui debaixo. E nisto vejo o elétrico lá de cima a vir desenfreado. Começamos a correr e vejo-o a tombar e bater. Sei que pelo menos mais um homem estava no passeio no momento do embate", relata.

Num primeiro momento, o receio de Teresa era que a cabina inferior, presa numa grelha de proteção, resvalasse e atingisse mais alguém, por isso tentou desviar as pessoas que passavam e alertou a PSP. Enquanto isso, ainda ajudou dois passageiros, que se queixavam de dores nas pernas. Numa altura em que ainda não se conhecia a dimensão da tragédia, Teresa descrevia o fumo e o estado de destruição da cabina. "A catástrofe maior seria se o elétrico de cima embatesse no debaixo", assegura.

A operação de socorro demorou várias horas e motivou a presença de 129 operacionais e 44 viaturas entre Sapadores Bombeiros, INEM e PSP.

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