
A natureza da falha não é ainda conhecida, mas a Carris, empresa que explora a infraestrutura, assegurou, através do seu presidente, que a manutenção do elétrico é assegurada "escrupulosamente". O Governo decretou um dia de luto nacional e a Câmara de Lisboa três dias. Carlos Moedas participa hoje na reunião do Conselho de Ministros a convite de Luís Montenegro.
O acidente abrangeu vítimas de várias nacionalidades, tendo o Governo espanhol já confirmado dois feridos. As vítimas - entre as quais está uma criança, com ferimentos leves - foram assistidas em vários hospitais de Lisboa. O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses ativou a equipa de desastres de massa, pretendendo ter realizadas as autópsias dos 15 mortos até hoje de manhã.
A Câmara mandou suspender a atividade de todas as estruturas semelhantes (Bica, Lavra e Graça).
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) assegurou que vai realizar uma ação de supervisão ao descarrilamento, pretendendo divulgar os resultados "com a maior celeridade possível". O Ministério Público abriu um inquérito e a Polícia Judiciária está a investigar o caso. Fernando Nunes da Silva, especialista em engenharia e ex-vereador da Câmara de Lisboa, disse à SIC que a possível causa do acidente terá sido o rebentamento de um cabo de tração, que consequentemente fez com que o elevador perdesse o controlo.
O presidente da Câmara de Lisboa mandou suspender "de imediato" as operações dos ascensores da Bica e do Lavra e do Funicular da Graça, para os equipamentos serem inspecionados.
Conta quem viu
O acidente causou o pânico na Praça dos Restauradores, ponto final do trajeto. Teresa d"Avó foi uma das primeiras pessoas a chegar ao Elevador da Glória depois do acidente, cerca das 18 horas. E foi quem deu o alerta junto de um elemento da PSP nas redondezas. Ao JN refere o "embate muito forte" da cabina de baixo, que estava a pouca distância de terminar o percurso, e a descida desgovernada da outra cabina que tombou e bateu num prédio, tendo atingido um homem que estava no passeio.
"Foi um embate muito forte. Havia feridos, estava cheiíssimo, ouvi crianças e fomos ajudar as pessoas daqui debaixo. E nisto vejo o elétrico lá de cima a vir desenfreado. Começamos a correr e vejo-o a tombar e bater. Sei que pelo menos mais um homem estava no passeio no momento do embate", relata.
Num primeiro momento, o receio de Teresa era que a cabina inferior, presa numa grelha de proteção, resvalasse e atingisse mais alguém, por isso tentou desviar as pessoas que passavam e alertou a PSP. Enquanto isso, ainda ajudou dois passageiros, que se queixavam de dores nas pernas. Numa altura em que ainda não se conhecia a dimensão da tragédia, Teresa descrevia o fumo e o estado de destruição da cabina. "A catástrofe maior seria se o elétrico de cima embatesse no debaixo", assegura.
A operação de socorro demorou várias horas e motivou a presença de 129 operacionais e 44 viaturas entre Sapadores Bombeiros, INEM e PSP.
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