A principal competição do calendário mundial de todo-o-terreno – o Dakar – está de volta e vai ser disputada na Arábia Saudita. A prova arranca no dia 31 de dezembro e promete ser um verdadeiro teste de resistência a pilotos e máquinas.
A 45ª edição do Dakar conta com 365 veículos em competição e terá uma extensão superior a 8500 quilómetros. Os concorrentes vão enfrentar os mais variados tipos de pisos, começando nas margens do Mar Vermelho e cruzando a linha de chegada em Damman, no lado oposto da Península Arábica.
A organização voltou a aumentar o nível de dificuldade da competição, que irá colocar à prova as capacidades de pilotos e máquinas ao longo de aproximadamente cinco mil quilómetros de setores especiais, que compreendem um prólogo e 14 etapas, incluindo uma incursão de quatro dias no oceano de dunas do chamado “Empty Quarter” e uma etapa maratona, onde os participantes irão competir sem assistência externa.
O regulamento da prova sofreu algumas alterações relativamente a edições passadas. Assim, uma penalização de dez minutos será aplicada a um concorrente que não trouxer o pneu de sobressalente após um furo. As secções de neutralização foram erradicadas e a estrutura de pontos.
Principais candidatos
A Toyota Gazoo Racing, a X-raid Mini JCW team, a Team Audi Sport e a Bahrain Raid Xtreme são os principais candidatos ao título da edição de 2023 do Dakar.
A Toyota Gazoo Racing, que vai defender o título conquistado no ano passado, vai procurar alcançar a quarta vitória no Dakar, tendo inscrito três Toyota Hilux V6 com especificação T1, que serão pilotadas por Nasser Saleh Al-Attiyah, Giniel de Villiers – vencedor de 2009 – e pelo sul-africano Henk Lategan.
Os Hunter BRX construídos pela Prodrive não deram tréguas à Toyota Hilux de Al-Attiyah na edição de 2022 e este ano a equipa britânica inscreveu três veículos Hunter a bio-fuel, que terão ao volante Sébastian Loeb, o argentino Orlando Terranova e Guerlain Chicherit, que venceu o Rali de Marrocos. Um quarto Hunter foi inscrito pelo piloto privado lituano Vaidotas Zala.
O Team Audi Sport desenvolveu a versão E2 do Audi RS Q e-tron e participou na categoria “Open” no Rali de Marrocos em outubro. O carro recebeu a mais avançada tecnologia elétrica e ganhou quatro etapas na sua estreia no Dakar em 2022.
Vencedor por três vezes, o espanhol Carlos Sainz vai alinhar pelo Team Audi Sport, juntamente com Stéphane Peterhansel, que participou 14 vezes na prova, e o sueco Mathias Ekström. Na edição de 2022, o espanhol e o sueco terminaram na 12ª e 9ª posições, enquanto o francês teve de abandonar, após sucessivos atrasos. Como consolação, Stéphane Peterhansel conseguiu igual o recorde de Ari Vatanen no Dakar com 49 vitórias em etapas.
A equipa alemã testou extensivamente durante a temporada e a versão E2 do e-tron promete ser bastante mais competitiva.
X-raid já conta com seis vitórias
A X-raid Mini JCW anunciou o seu novo Mini John Cooper Work Plus no início de dezembro, tendo sido inscritos dois carros na nova categoria T1+ que serão pilotados pelo polaco Jakub Przygonski e o argentino Sebastien Halpern. Os dois veículos utilizam combustível HVO (óleo vegetal hidrotratado) de segunda geração.
Por seu lado, Denis Krotov e Sheikh Khalid Al-Qassimi alinham com dois convencionais Mini John Cooper Works Buggy.
A X-raid tem um historial impressionante no Dakar com seis vitórias desde 2012: Peterhansel ganhou três vezes com carros da Mini em 2012, 2013 e 2021; Nani Roma triunfou com ordens de equipa em 2014; Al-Attiyah venceu em 2015 e Sainz em 2020.
Além da Toyota Gazoo Racing, os belgas da Overdrive Racing inscreveram mais cinco Toyota Hilux, que serão pilotadas pelo campeão do mundo de todo-o-terreno de 2022 Yazeed Al-Rajhi, pelo neerlandês Erik van Loon, pelo argentino Juan Cruz Yacopini, pelo francês Lionel Baud e pelo brasileiro Lucas Moraes.
Por sua vez, a Century Racing inscreveu dois CR6T para o francês Mathieu Serradori e para o sul-africano Brian Baragwanath, enquanto os pilotos privados checos Miroslav Zapletal (Ford F-150) e Martin Prokop (Ford Raptor), o lituano Benediktas Vanagas (Toyota) e o veterano francês Christian Lavieille (Optimus MD) são alguns dos nomes que poderão terminar entre os dez primeiros classificados.
Outras categorias
A categoria FIA T3 tornou-se numa das mais competitivas do desporto automóvel e Francisco Lopez juntamente com a sua equipa terá a tarefa de defender o seu título no Dakar, mas também ganhar esta categoria que conta com 43 inscritos.
O chileno, que já subiu três vezes ao lugar mais alto do pódio no Dakar na sua categoria, alinha pela nova Red Bull Can-Am Factory Team, que também inscreveu a espanhola Cristina Gutiérrez e o lituano Rokas Baciuska.
A principal concorrência na categoria T3 virá da Red Bull Off-Road Junior Team USA, que conta nas suas fileiras com Seth Quintero, Austin Jones e Mitch Guthrie.
Por sua vez, a categoria FIA T4 tem 45 inscritos e o principal candidato ao triunfo é Rokas Baciuska, da Red Bull Can-Am Factory Team. Os principais adversários do lituano serão os pilotos da equipa South Racing Can-Am Team, os Marek, Michal e Eryk Gozcal.
Na categoria FIA T5, isto é, dos camiões, Wouter de Graaf e Wouter Rosegaar têm a ambição de defender o título com o Iveco Powerstar. Na ausência da Kamaz-Master Team, os principais opositores poderão ser Martin Macik, Frantisek Tomasek and David Svanda, os Iveco do Team de Rooy, os Tatra Buggyra, o Riwald Dakar Team, o Hino Team Sugawara.