O Governo japonês sugeriu uma eventual fusão entre a Honda e a Nissan para ultrapassar as dificuldades que o segundo maior construtor automóvel nipónico está a atravessar.
Na sequência da turbulência provocada pelo escândalo com o anterior CEO Carlos Ghosh e as polémicas com os parceiros da aliança Renault e Mitsubishi, as autoridades japonesas estiveram à procura de várias alternativas para salvar a Nissan e proteger a marca de mais danos, além de consolidar o futuro da indústria automóvel nipónica.
Uma das ideias passou por tentar convencer a Nissan e a Honda a discutirem uma eventual fusão. De acordo com fontes citadas pelo Financial Times, a sugestão para criar um campeão nacional foi proposta inicialmente às duas empresas no final de 2019.
A ideia da fusão entre a Nissan e a Honda parece ter sido sugerida pelos conselheiros do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Os conselheiros receavam que a aliança da Nissan com a Renault estava fragilizada desde a prisão em 2018 do antigo CEO Carlos Ghosh e que poderia entrar em colapso. Essa situação deixaria a Nissan seriamente exposta.
Proposta rejeitada
Contudo, o projeto ambicioso foi de imediato rejeitado pela Nissan e pela Honda. Depois, a crise da pandemia do COVID-19 acabou por afastar esse plano.
A Honda, que é o único fabricante japonês sem constrangimentos de capital, rejeitou a ideia, alegando a complexa estrutura de capital da Nissan com a Renault.
A Nissan também se opôs à proposta, uma vez que o seu principal objetivo era a manutenção na aliança. Como consequência, a ideia de fusão foi colocada de parte e nem chegou a ser discutida pelas administrações das duas empresas.
Por outro lado, são apontados outros factores estruturais que dificultam a obtenção de sinergias entre a Nissan e a Honda. O principal obstáculo reside na arquitetura de engenharia da Honda para os seus automóveis, que levantaria enormes dificuldades à utilização de peças e componentes pela Nissan e pelos seus parceiros.
Além disso, os dois fabricantes têm modelos de negócio tão diferentes que provavelmente uma eventual fusão estaria longe de ser uma boa ideia.
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